A realidade do saneamento básico no Brasil é alarmante. Um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, revela que o investimento em serviços de saneamento nas 100 cidades mais populosas do país está aquém do necessário para garantir a universalização. De acordo com a 17ª edição do Ranking do Saneamento 2025, a situação exige uma urgente reavaliação das políticas de financiamento.
O levantamento analisa os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), que servem como base para avaliar os investimentos totais por habitante. Além dos recursos aplicados pelos prestadores de serviços, considera-se o aporte de estados e municípios, revelando o cenário preocupante de subfinanciamento no setor.
O ambientalista Delton Mendes enfatiza a necessidade de criar uma estrutura sólida para aumentar os investimentos, a fim de ampliar a cobertura dos serviços de saneamento. Ele aponta que muitos operadores enfrentam uma histórica falta de recursos, resultando em uma infraestrutura defasada e incapaz de atender à demanda crescente da população.
Em 2023, o investimento médio por habitante nos 100 maiores municípios ficou em R$ 103,16, representando uma queda em relação aos R$ 138,68 de 2022 e inferior à média nacional de R$ 126,97, segundo o SINISA. O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) estabelece um investimento ideal de R$ 223,82 por habitante, um patamar que mostra o quanto ainda devemos avançar.
Os dados indicam que 49 cidades investem menos de R$ 100 por habitante, uma situação crítica que ressalta a necessidade de mudanças. Em contrapartida, apenas 17 municípios alcançam valores acima de R$ 200. São Paulo se destaca com a maior parte dessas cidades, evidenciando as disparidades regionais.
Confira os 10 municípios que mais investiram em saneamento por habitante:
- Praia Grande (SP)
- Santo André (SP)
- Aparecida de Goiânia (GO)
- Cuiabá (MT)
- Nova Iguaçu (RJ)
- São Bernardo do Campo (SP)
- Guarujá (SP)
- Itaquaquecetuba (SP)
- Vila Velha (ES)
- Piracicaba (SP)
Por outro lado, na faixa dos municípios que menos investem, predominam cidades das regiões Norte e Nordeste. Os 10 que menos aplicaram em saneamento por habitante são:
- Belford Roxo (RJ)
- Betim (MG)
- Petrolina (PE)
- Contagem (MG)
- Porto Velho (RO)
- Ananindeua (PA)
- Santarém (PA)
- São João de Meriti (RJ)
- São Luís (MA)
- Rio Branco (AC)
O Trata Brasil defende que a universalização dos serviços de saneamento é um investimento fundamental para a saúde pública, educação e economia. Reduzir internações por doenças hídricas é apenas uma das diversas vantagens que um sistema de saneamento eficiente pode proporcionar.
Para alcançar a meta de universalização até 2033, estabelecida pelo Novo Marco Legal do Saneamento, é imprescindível aumentar significativamente os investimentos e aprimorar a capacidade regulatória dos municípios. A hora de agir é agora. O que você pensa sobre a situação do saneamento no Brasil? Deixe seu comentário!
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