No contexto do Dia dos Pais, abordamos a paternidade sob a ótica da psicanalista Maria Homem, que a define não apenas como um papel a ser preenchido, mas como uma escolha consciente e uma construção simbólica. A paternidade não é um ato natural, e sim um processo que se desenvolve ao longo do tempo.
Diferentemente da maternidade, que pode ser vivenciada fisicamente desde o início da gestação, a experiência de se tornar pai é mais sutil e psíquica. Para o homem, o acolhimento da paternidade exige uma revisão profunda de suas próprias vivências relacionadas ao pai. É uma jornada que leva o homem a confrontar seu herói interior, ou a figura ausente que ele sempre desejou.
Essa função paterna é emblemática, estruturando a cultura patriarcal ao redor da figura do pater. Ser pai significa viver entre os polos de ser filho e ser referência para uma nova geração. Justamente por isso, a paternidade pode ser evocativa e, muitas vezes, angustiante. A responsabilidade pode levar muitos a evitar o compromisso, resultando em um vazio que cobra seu preço na sociedade.
Os ecos desse abandono se manifestam em comportamentos autoritários, dependências e adoecimentos psíquicos. Contudo, há uma luz no horizonte: muitos homens estão prontos para abraçar esse papel de forma plena, oferecendo presença, amor e escuta. Não se trata de alcançar a perfeição, mas de estar disponível para cuidar, educar e nutrir.
Reconhecer-se como filho, perdoar ausências e aceitar o legado recebido é o primeiro passo. A verdadeira paternidade emerge quando homens decidem assumir sua jornada com coragem e delicadeza, percebendo que criar e transmitir amor é a essência de ser pai. Essa escolha transforma vidas, criando um espaço onde o amor e a afetividade podem florescer.
Como você vê a paternidade na sua vida ou nas vidas ao seu redor? Compartilhe suas reflexões nos comentários e vamos conversar sobre a importância desse papel tão singular.
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