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Homicídio em Dias D’ávila: a noite que mudou tudo
Por Leilane Teixeira
06/08/2025 – 6:06 h

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“Nasci de novo. Estar viva é um verdadeiro livramento.” As palavras de Raíssa, de apenas 19 anos, ecoam um sentimento profundo. Ela é a única sobrevivente de um horrendo triplo homicídio em Dias D’Ávila, envolvendo um policial militar e amigos, ocorrido em março deste ano.
Durante uma conversa exclusiva com o Portal A TARDE, cinco meses após a tragédia, Raíssa compartilhou detalhes daquele noite fatídica. A jovem saiu da casa pouco antes do crime, uma decisão que salvou sua vida. Ela nega categoricamente que a reunião fosse uma “orgia”, apesar do relato oposto da polícia.
“Estava com Jailma e Giovanna em um bar quando tudo começou. Henrique tinha um relacionamento com Jailma, e ele sugeriu se encontrar em casa. A ideia era nos reunir, mas as coisas tomaram um rumo inesperado quando Estevão, amigo do policial, chegou”, explicou Raíssa.
Um ato de desprezo
A interação inicial parecia inocente até que uma brincadeira de mau gosto entre Henrique e o policial Alisson provocou uma reviravolta. Raíssa descreveu a tensão crescente: “Henrique fez uma provocação ao se referir a uma suposta ‘cama de casal’. O policial, ofendido, considerou isso um desafio. As palavras trocadas acenderam uma discussão perigosa.”

Vítimas do triplo homicídio: Henrique, Jailma e Giovanna | Foto: Redes sociais
O local onde tudo aconteceu, no meio do nada em Camaçari-Bahia, é infame por ser um ponto de desova. Raíssa alertou que a disputa verbal foi mal interpretada pelo policial e culminou em uma tragédia impensável.
Fugindo da morte
Graças a uma decisão de sair antes do crime, Raíssa escapou por pouco. “Ele [Alisson] disse que voltaria para ‘mostrar que era homem’. Quando eles retornaram, eu já não estava mais lá. Foi um livramento”, relatou.
Se eu tivesse ficado, eu teria morrido também. Ele queria eliminar todas as testemunhas. Não era sobre as garotas, mas sobre Henrique. Um caso de queima de arquivo.
Raíssa também se defendia de acusações infundadas de ser garota de programa. “Faço diversos bicos para sobreviver. Jailma e Giovanna também trabalhavam, foram injustamente tratadas. Não havia tal ‘orgia’.”
Um novo capítulo
A vida de Raíssa mudou drasticamente após a tragédia. Ela teve que deixar o estado por medo, carregando a dor da perda das amigas. O ciclo de saudade e riscos se tornou sua nova realidade. “Sou mãe e preciso voltar à Bahia, mas somente quando tiver certeza de que eles [os réus] permanecerão presos.”
Ele agiu por vingança. Se ele fosse um verdadeiro policial, teria agido de forma diferente. Ele matou por crueldade.
Atualmente, o caso está em investigação, com réus acusados de feminicídio e homicídio triplamente qualificado. O processo avança nas cortinas judiciárias, mas a dor e a luta por justiça continuam. Eles podem enfrentar penas que ultrapassam 100 anos de prisão.
Resumo do crime
- Três jovens: Raíssa sobreviveu ao massacre.
- Henrique, bancário envolvido, provocou o policial, desencadeando a tragédia.
- As duas vítimas eram mães e trabalhadoras, não mereciam o destino cruel que tiveram.
O crime aconteceu na madrugada de 07 de março de 2024, em uma residência em Dias D’Ávila. As vítimas foram brutalmente assassinadas, deixando uma comunidade em choque e uma jovem lutando por justiça.
Prisão dos acusados
Alisson foi preso três dias após o crime, enquanto Estevão se entregou depois. Ambos aguardam julgamento, e a justiça se movimenta para dar resposta ao brutal homicídio.

À esquerda, o PM Alisson. À direita, Estevão. | Foto: Redes sociais
O caso não é apenas uma estatística; é um somatório de vidas ceifadas e um chamado à reflexão sobre nossa sociedade. Como podemos ajudar as vítimas a terem suas vozes ouvidas? O que você faria nessa situação?
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