SINISTROS
Mortes no trânsito no estado refletem uma crise de saúde pública, com média de 8 óbitos diários em 2023
Por Madson Souza
19/08/2025 – 4:28 h

A vítima, corredor amador Emerson Pinheiro, 29 anos –
A trágica história de Emerson Pinheiro, atropelado por Cleydson Cardoso Costa no último sábado, no bairro da Pituba, ressalta a urgência de se abordar os constantes acidentes no trânsito. Apesar da recusa de Cleydson em realizar o teste do bafômetro, testemunhas apontam para evidências de embriaguez, incluindo vídeos que registraram sua condição na hora do sinistro. Especialistas alertam sobre os riscos do uso de substâncias durante a direção.
Em 2023, 981 vidas foram tragicamente perdidas em fatalidades de trânsito ligadas ao álcool na Bahia—um aumento alarmante de 12,6% em relação ao ano anterior. Os dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool evidenciam que a taxa de mortalidade por álcool ao volante é superior à média nacional, destacando a gravidade do problema.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, Antônio Meira, explica que o álcool compromete significativamente as habilidades necessárias para dirigir. “Quase metade dos acidentes fatais envolve álcool ou drogas. É crucial que o motorista mantenha sua capacidade física e mental intactas; até pequenas doses de álcool podem prejudicar essa condição”, afirma.
Saúde Pública
As fatalidades nas estradas da Bahia emergem como um tema crítico de saúde pública, atingindo o pior índice dos últimos 25 anos em 2024, com uma média de 8 óbitos diários. Este aumento de 5,1% em comparação ao ano anterior, resultou em um trágico total de 2.993 mortes, conforme dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Mag Gramacho, presidente do Conselho Estadual de Trânsito da Bahia (Cetran), destaca que muitos acidentes são agravados pelo consumo de álcool. Ela aponta que comportamentos como velocidade excessiva e uso de celular ao dirigir tornam-se ainda mais perigosos sob a influência de bebidas. “Educação no trânsito é imperativa. Precisamos incorporar o Código de Trânsito nos currículos escolares de forma interdisciplinar”, enfatiza.
Atleta atropelado
Emerson estava em treinamento para a maratona de Buenos Aires quando foi atropelado. O impacto resultou na amputação de uma de suas pernas e na fratura da outra, levando-o às pressas para o Hospital Geral do Estado (HGE) em Salvador. A recuperação é crítica; ele foi retirado da intubação um dia após o acidente. Cleydson, filho da vereadora de Salvador, foi detido, apresentando sinais evidentes de embriaguez.

O atropelamento gerou grande indignação, mobilizando amigos e familiares para doações de sangue. | Foto: José Simões/Ag A TARDE
A advogada de Emerson, Losangela Passos, é direta: “O acusado se negou a realizar o exame de sangue, mas temos evidências robustas. Vídeos e testemunhos atestam sua condição no momento do acidente.” A defesa de Cleydson ainda não se manifestou publicamente.
Genildo Lawinscky, amigo e colega de corrida de Emerson, expressa sua frustração: “Ele sonhava em ser professor de educação física e estava se preparando para a maratona. Agora, lidamos com a perda de um membro vital para sua atividade.” A comoção gerada pelo acidente reverberou em toda a comunidade de corredores, que rapidamente organizaram uma campanha para ajudar com doações de sangue.
O que você pensa sobre essa situação alarmante? Compartilhe suas opiniões e participe dessa discussão essencial sobre segurança no trânsito e saúde pública.
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