Mais de dois bilhões de pessoas ao redor do mundo ainda estão sem acesso a água potável de maneira segura, segundo um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira. O documento destaca que, em 2023, uma em cada quatro pessoas não tinha acesso a água potável gerenciada adequadamente. Essa situação expõe bilhões a um risco elevado de doenças, especialmente nas regiões mais vulneráveis.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ressaltam que o progresso para a cobertura universal de água, saneamento e higiene está muito aquém das expectativas, tornando o objetivo de alcançar acesso universal até 2030 cada vez mais improvável. Rüdiger Krech, diretor da OMS, afirmou que água, saneamento e higiene são direitos humanos fundamentais e enfatizou a necessidade de acelerar as ações, principalmente nas localidades mais marginalizadas.
No relatório, cinco níveis de fornecimento de água potável são analisados, sendo o nível mais alto “gestão segura”, que garante água potável livre de contaminação. Os outros níveis incluem acesso básico, limitado, não melhorado e água superficial, sendo este último o mais precário.
Desde 2015, 961 milhões de pessoas passaram a ter acesso à água potável segura, elevando a cobertura global de 68% para 74%. Apesar disso, 106 milhões ainda dependem de água superficial, embora o número de países que eliminaram essa prática tenha aumentado de 142 para 154 nos últimos anos.
Em termos de saneamento, 1,2 bilhão de pessoas ganharam acesso a serviços geridos de forma segura desde 2015, aumentando a cobertura de 48% para 58%. Nesse contexto, o número de pessoas que defecam ao ar livre caiu de 429 milhões para 354 milhões.
Cecilia Scharp, diretora do programa WASH do Unicef, alerta que a falta de acesso à água potável tem um impacto direto na saúde e educação das crianças. Ela enfatiza que as meninas enfrentam desafios adicionais, como a responsabilidade de coletar água e as dificuldades relacionadas à menstruação. O cenário atual mostra que, no ritmo atual, o acesso à água potável e ao saneamento para todas as crianças está se distanciando cada vez mais.
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