Na última terça-feira, durante uma conversa telefonema, o presidente da China, Xi Jinping, enfatizou ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que Brasil e China têm a oportunidade de se tornarem exemplos de “autossuficiência” no Sul Global. Este diálogo surge em meio a um cenário de desafios comerciais e tensões geopolíticas, onde ambos os líderes se posicionam firmemente a favor do sistema comercial multilateral, especialmente em contraste com as políticas tarifárias agressivas da administração de Donald Trump.
A ligação entre Xi e Lula foi realizada logo após Trump anunciar a prorrogação da trégua tarifária com a China, um momento estratégico que demonstra a necessidade de união frente ao unilateralismo. Xi destacou que as relações entre os dois países estão em seu melhor momento e expressou o desejo de trabalhar junto ao Brasil para promover um mundo mais justo e sustentável. Ele enfatizou a importância de todos os países se unirem contra o protecionismo e o nacionalismo econômico.
Durante a conversa, que durou cerca de uma hora, os presidentes discutiram temas relevantes como a guerra na Ucrânia e a luta contra a mudança climática. Ambos concordaram sobre o papel essencial do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo e se comprometeram a expandir a cooperação em setores chave, como saúde, petróleo e gás, economia digital e tecnologia de satélites.
Nos últimos anos, a China tem trabalhado para consolidar sua influência na América Latina, superando os EUA como o principal parceiro comercial do Brasil. Esse movimento é parte de uma estratégia mais ampla, que inclui o megaprojeto da Nova Rota da Seda, que envolveu a adesão de dois terços dos países latino-americanos. O Brasil, por sua vez, se tornou um fornecedor vital de soja, interligando suas economias enquanto enfrenta a pressão das novas políticas agrícolas de Trump, que visa alterar a dinâmica de importação de soja da China.
Lula, em uma visita de Estado a China em maio, reafirmou a posição da América Latina em não desejar iniciar uma nova Guerra Fria, um apelo por cooperação e entendimento que ressoou na recente conversa com Xi. À medida que os desafios globais emergem, a cooperação entre Brasil e China pode servir como um crucial ponto de partida para um futuro mais colaborativo no Sul Global.
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