Da terapia ocupacional a campeões brasileiros: A jornada de Márcio e Esther, karatecas autistas que buscam apoio para competir

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Os irmãos Esther Victoria, de 11 anos, e Márcio Guilherme, de 14, têm um compromisso significativo neste mês: representar a Bahia no Campeonato Brasileiro de Karatê da Confederação Nacional de Karate (CNK). O evento acontecerá entre os dias 26 e 28 de setembro, em Cabedelo, na Paraíba.

Porém, a participação deles vai além da competição. Diagnosticados com autismo, os jovens encontraram no karatê um espaço de inclusão, disciplina e crescimento pessoal. O esporte se tornou uma ferramenta de superação que vai além do tatame.

Em uma conversa com o Bahia Notícias, Elaine Cristina, mãe dos atletas, compartilhou que Márcio começou a praticar karatê antes de Esther, inicialmente com a ideia de ser uma forma de terapia ocupacional.

“Márcio entrou primeiro como uma proposta de terapia. Desde então, ele e Esther têm se desenvolvido de forma brilhante, superando as dificuldades que enfrentamos diariamente”, destacou.

Os dois treinam no Projeto Social Humana Karatê, no CSU de Castelo Branco, em Salvador, sob a orientação do mestre Itamar Judson. Além disso, fazem parte da Federação Baiana de Karatê Kyudoshin (FBKK).

Com apenas 14 anos, Márcio já possui títulos impressionantes: tricampeão brasileiro, campeão mundial, campeão pan-americano e tetracampeão baiano. Faixa roxa, ele está próximo de conquistar a faixa marrom e atua como monitor no projeto onde treina.

Esther começou a treinar em casa durante a pandemia, inspirada pelo irmão. Seu talento logo se manifestou, garantindo a ela os títulos de bicampeã brasileira, campeã pan-americana, vice-campeã mundial e tricampeã baiana. Atualmente, ela é faixa laranja.

Para a família, o karatê simboliza muito mais do que medalhas. É um meio de sociabilidade e inclusão para as crianças, ajudando em seu desenvolvimento cognitivo, motor e emocional, com reflexos que vão além do esporte.

“O recado que deixo é que não desistam e continuem no esporte, seja qual for. É uma ferramenta de transformação que ajuda no desenvolvimento não apenas como atleta, mas como pessoa, promovendo disciplina e autoconfiança”, ressaltou Elaine.

Especialistas afirmam que a prática esportiva é vital para crianças e adolescentes. Além de favorecer a autodisciplina, o esporte estimula a interação social e a construção de vínculos.

Elaine, incentivadora e uma das principais responsáveis pela trajetória de Márcio e Esther no karatê, também mencionou como o esporte contribui para a formação de cidadania e caráter entre os jovens, enfatizando que “transforma dificuldades em vitórias”.

“O esporte forma cidadãos respeitosos e disciplinados. Ele tem o poder de transformar desafios em conquistas”, afirmou.

DIFICULDADES FINANCEIRAS
Apesar de suas conquistas, a família enfrenta dificuldades para garantir a presença dos irmãos no campeonato nacional. Os altos custos de transporte, hospedagem, alimentação e taxas de inscrição são os maiores obstáculos para a continuidade dos garotos no karatê.

“A principal dificuldade é financeira. O karatê é um esporte caro, e não temos apoio ou patrocínio. Sustentar duas crianças nesse esporte sem um suporte financeiro é complicado. Este ano tem sido ainda mais desafiador, com competições em locais mais distantes e sem apoio da prefeitura ou do governo do Estado devido a questões burocráticas”, explicou.

Diante dessa situação, a família está buscando apoiadores e patrocinadores para arrecadar recursos e facilitar as viagens.

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Contatos para apoio financeiro | Foto: Arquivo pessoal

A história de Márcio e Esther nos inspira a refletir sobre a importância do apoio e incentivo para jovens talentos. Compartilhe sua opinião ou experiências sobre o impacto do esporte na vida de crianças e adolescentes. Seu comentário é muito bem-vindo!

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