A vereadora e professora de Direito Penal na Universidade de São Paulo (USP), Janaína Paschoal (PP), tem se destacado na Câmara Municipal de São Paulo, adotando uma postura detalhista. Essa abordagem não passou despercebida por seus colegas, que frequentemente reconhecem seu empenho.
Conhecida nacionalmente por ser uma das autoras do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Janaína conquistou a atenção da direita ao ser eleita deputada estadual em 2018, recebendo mais de 2 milhões de votos, um recorde histórico. Após se distanciar do bolsonarismo e perder a eleição para o Senado em 2022, foi eleita vereadora em 2024 com 48 mil votos.
Na Câmara, sua principal missão tem sido combater os chamados “jabutis”, emendas incluídas em projetos de forma pouco transparente, que desviam do tema original. Essa atitude, no entanto, tem gerado impaciência entre alguns vereadores, especialmente na base do governo.
“A vereadora Janaína é uma parlamentar detalhista. O que não significa que ela não se manifeste quando necessário”, afirmou um vereador governista.
Janaína frequentemente se utiliza da tribuna para reclamar da falta de transparência nos processos de votação e discussão na Câmara. Em um discurso em 21 de agosto, ela apontou problemas com emendas que surgem na hora da votação, dificultando a compreensão dos vereadores.
Ela também integra a Comissão de Constituição e Justiça, onde atua ativamente para garantir a conformidade constitucional dos projetos. No entanto, seu estilo de atuação já gerou críticas, com alguns colegas a considerando arrogante.
Casos Recentes Divergentes
Um exemplo recente de sua atuação ocorreu em 27 de agosto, quando Janaína impediu a aprovação de um auxílio saúde para familiares de procuradores do município, incluído em um projeto referente às gratificações das Guardas Civis Metropolitanas. Sua intervenção resultou na retirada da emenda, embora ela tenha reaparecido em um projeto subsequente, mas com restrições.
Janaína criticou abertamente a prática de alterações nos projetos durante a segunda votação, alegando que isso gera desinformação para a população. Em seus discursos, ela busca transparência e um trâmite legislativo mais claro.
“Estamos votando em um projeto, mas já sabemos que será alterado na segunda votação. Não seria melhor esperar pelo texto adequado para um debate mais aprofundado?”, questionou na tribuna em 3 de setembro.
Além disso, ela enfrentou resistência durante discussão de uma minirreforma administrativa que previa a criação de um novo gabinete para a liderança da oposição, que acabou não sendo aprovada devido à pressão de Janaína e outros vereadores.
Conflito Público com Zoe Martinez
A postura fiscalizadora de Janaína levou a um confronto público com a vereadora Zoe Martinez (PL) em 20 de agosto. Durante uma votação sobre a autorização para uma viagem a Nova York, Janaína questionou a finalidade da missão, que, segundo ela, não recebeu a devida atenção dos colegas.
Zoe, presidente da Comissão de Relações Internacionais, defendeu a viagem. Janaína, por sua vez, não hesitou em expor sua opinião de forma contundente, lançando críticas à colega em plena sessão.
A tensão provocou troca de farpas entre elas, refletindo o clima conturbado em sessões da Câmara, onde as divergências políticas afloram.
Uma Nova Perspectiva para a Câmara
- No início da legislatura, ela já se destacou ao sugerir mudanças nas regras do tempo de discurso dos vereadores, argumentando que era um cerceamento ao direito de fala.
- Essa iniciativa resultou em um consenso entre os líderes, permitindo que mais vereadores utilizassem o tempo designado para discussões.
O perfil de Janaína Paschoal como uma vereadora que busca rigor nas práticas legislativas certamente seguirá chamando a atenção. O que você acha da postura dela? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!
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