“Borboleta gigante” do Sol ainda sopra forte em direção à Terra

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Recentemente, o Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da NASA fez uma descoberta impressionante. Durante a última semana, um enorme buraco se abriu na superfície do Sol, liberando um vento solar intenso em direção à Terra. A informação foi divulgada na última quinta-feira (11) pelo site Olhar Digital.

O impacto do material ejetado foi sentido no domingo (14), quando uma forte tempestade geomagnética atingiu a parte norte do planeta. Especialistas já previam que essa atividade se repetiria na segunda-feira (15).

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Buraco coronal em formato de borboleta registrado pelo observatório solar da NASA entre 8 e 11 de setembro. Crédito: NASA/SDO

Na segunda, o site Spaceweather.com confirmou que a Terra ainda era atingida por uma corrente de vento solar proveniente do buraco. A velocidade do vento chegou a impressionantes 760 km/s, embora tenha diminuído para entre 600 e 700 km/s, mas ainda assim causou efeitos visíveis na atmosfera do planeta.

O buraco começou a se formar no início da semana e, com o tempo, assumiu um formato curioso, semelhante a uma borboleta. Quando observado na sexta-feira (12), já tinha cerca de 500 mil km de extensão, espaço suficiente para acomodar quase 40 Terras alinhadas, segundo o site Space.com.

Conhecidos como “buracos coronais”, essas aberturas na atmosfera solar permitem que o vento solar escape, aparecendo escuros nas imagens devido à ausência de plasma quente.

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Buraco coronal em formato de borboleta registrado pelo observatório solar da NASA em 13 de setembro. Crédito: NASA/SDO

Quando o vento solar atingiu a Terra, causou uma tempestade geomagnética G3, considerada forte em uma escala que vai até G5. Mesmo com a intensidade diminuindo, tempestades mais leves (G1) continuaram a ocorrer na noite de segunda-feira (15) e persistiram até a manhã seguinte, conforme relatado pelo guia EarthSky.org.

Além de proporcionar auroras visíveis em regiões que normalmente não as observam, como no norte dos EUA e grande parte do Reino Unido, as tempestades G3 podem causar problemas em satélites e sistemas de navegação. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) alerta sobre riscos como cargas elétricas em componentes de satélites e aumento do arrasto em órbitas baixas.

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Uma aurora flutua sobre as Montanhas Wrangell, no Alasca, em 15 de setembro de 2025. Crédito: Todd Salat via Spaceweather.com

Embora a atividade geomagnética deva diminuir esta noite (16), ainda é possível observar breves aparições de auroras até o meio da semana. Especialistas indicam que esses fenômenos são mais frequentes e tendem a intensificar-se nos dias que antecedem os equinócios.

Por que os equinócios intensificam as tempestades geomagnéticas

Os equinócios ocorrem duas vezes ao ano, em março e setembro, quando o dia e a noite têm quase a mesma duração. Nestes momentos, o eixo da Terra se alinha com sua órbita ao redor do Sol, facilitando a interação entre os campos magnéticos da Terra e do Sol.

Northern lights dancing in Yellowknife NWT Canada. pic.twitter.com/YGLIiRtd96

— Barrett Lenoir 🇨🇦 (@northx) September 16, 2025

Esse alinhamento amplifica o chamado “efeito Russell-McPherron”, identificado em 1973, que explica o aumento das tempestades geomagnéticas durante os equinócios. Estudos mostram que, entre 1932 e 2014, esses eventos ocorreram duas vezes mais nessa época do ano em comparação com os períodos próximos aos solstícios, em junho e dezembro. Em 2025, o equinócio de setembro será no dia 22.

As tempestades geomagnéticas podem impactar sistemas de comunicação, redes elétricas e satélites. Em casos extremos, podem causar apagões e problemas em equipamentos em órbita. No entanto, também proporcionam visuais impressionantes, como as auroras boreais no norte e as austrais no sul.

E aí, o que você acha desse fenômeno solar? Já teve a chance de ver uma aurora? Compartilhe suas experiências e opiniões nos comentários!

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