Nas últimas décadas, as empresas americanas estabeleceram uma forte presença na Alemanha, especialmente no oeste do país, que esteve sob controle aliado após a Segunda Guerra Mundial. Durante o pós-guerra, cigarros americanos eram tão valorizados que chegavam a ser usados como moeda no mercado negro alemão.
Estrelas do esporte, como o ex-campeão de boxe Max Schmeling, tornaram-se ícones para marcas americanas. Após se afastar dos ringues, ele virou garoto-propaganda da Coca-Cola na Alemanha Ocidental. Anos depois, o também campeão de boxe Henry Maske, da Alemanha Oriental, atuou como empresário de restaurantes McDonald’s em cidades alemãs.
Porém, a situação mudou. A imagem dos EUA na Alemanha foi abalada devido ao governo de Donald Trump, levando empresas americanas a repensarem suas estratégias para manter a boa reputação no país. Muitas dessas empresas agora estão promovendo produtos como “Made in Germany”.
A estratégia do McDonald’s
O selo “Made in Germany” foi criado pelo Parlamento britânico em 1887 para alertar os consumidores sobre a suposta baixa qualidade dos produtos alemães. Surpreendentemente, tornou-se um símbolo de qualidade. Atualmente, marcas americanas, incluindo o McDonald’s, estão adotando essa marca para reforçar suas posições neste importante mercado europeu.
A gigante do fast food destaca que 65% de suas matérias-primas vêm da Alemanha, assegurando que os consumidores reconheçam seus fornecedores locais. O McDonald’s se posiciona como “um parceiro de longa data da agricultura alemã”, sendo parte da vida cotidiana para muitos moradores.
Impactos em outras partes do mundo
Exemplos de mudança na percepção de marcas americanas são visíveis em várias partes do mundo. A Tesla, sob a liderança de Elon Musk, enfrenta reações negativas, especialmente na Alemanha, onde veículos da marca não figuram mais entre os dez elétricos mais vendidos. Isso ilustra como o sentimento do consumidor pode impactar diretamente os resultados das empresas.
O ceticismo em relação a produtos americanos não se limita à Alemanha. No Canadá, há um aumento nos pedidos de boicote a produtos dos EUA, com rótulos como “Made in Canada” se tornando populares. Até mesmo a Heinz, uma marca tradicionalmente americana, começou a promover ingredientes locais para atrair consumidores.
Na Dinamarca, após a proposta de Trump de comprar a Groenlândia, supermercados têm destacado alternativas europeias aos produtos dos EUA, refletindo um clima de descontentamento similar. A Carlsberg, que produz a Coca-Cola na Dinamarca, relatou quedas nas vendas por conta de boicotes.
A nova estratégia da Coca-Cola
A Coca-Cola, mais do que outras marcas, se preocupa em não ser associada à política do governo dos EUA. Recentemente, a empresa lançou uma campanha na Alemanha, intitulada “Made in Germany”, na qual apresenta os nomes de seus funcionários. A ideia é reforçar suas raízes no país, onde a Coca-Cola atua há quase 100 anos.
Segundo a empresa, muitos na Alemanha desconhecem que a maior parte da Coca-Cola vendida localmente já é engarrafada no próprio país. Essa nova abordagem busca distanciar a marca de eventuais associações negativas com a política americana.
O que você acha das mudanças que as marcas americanas estão implementando na Alemanha? Deixe sua opinião nos comentários.
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