Jihadistas e grupos extremistas estão realizando assassinatos em massa e outras violações de direitos humanos contra minorias religiosas na Síria. A situação está gerando preocupações entre defensores da liberdade religiosa, que pedem ações do governo dos Estados Unidos.
O Dr. Morhaf Ibrahim, presidente da Associação Alauíta dos Estados Unidos, afirmou que os ataques a comunidades cristãs, alauítas e drusas na Síria são parte de uma campanha sistemática de terror. Durante uma coletiva de imprensa no Capitólio, Ibrahim ressaltou que a violência tem aumentado desde a queda do regime de Assad em dezembro de 2024, intensificada por jihadistas estrangeiros e milícias ligadas ao governo.
Um dos eventos mais trágicos ocorreu em março, quando quase 1.500 membros da comunidade alauíta foram mortos por combatentes sunitas na costa mediterrânea. Ibrahim também denunciou o sequestro de mulheres e meninas, alvo de violência sexual e casamentos forçados.
Em um ataque recente, uma bomba explodiu na Igreja Mar Elias, em Damasco, resultando na morte de mais de 20 pessoas. O homem-bomba estava armado e atacou durante um culto, deixando a população local em estado de choque.
Richard Ghazal, diretor executivo da In Defense of Christians, descreveu a situação como uma crise existencial para os cristãos sírios, que já enfrentaram séculos de repressão. Ele lembrou que, antes da Guerra Civil em 2011, os cristãos representavam cerca de 10% da população siria, mas esse número caiu drasticamente para menos de 300.000 atualmente.
Ghazal mencionou que a antiga cidade de Antioquia, famosa por ser o local onde os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos, simboliza a rica herança cultural que a Síria está prestes a perder. Ele alerta que os constantes ataques e o êxodo de igrejas são sinais de um apagamento cultural e religioso acelerado.
Como um membro atuante das comunidades religiosas, Ghazal sublinhou a importância de manter a diversidade religiosa no país. Ele acredita que a extinção do cristianismo na Síria não só enfraqueceria o tecido social, mas também romperia um elo vital entre o Oriente e o Ocidente.
Em resposta ao crescente radicalismo e à violência, Ghazal pediu aos EUA que exijam responsabilidade do governo interino da Síria. Ele destacou que o governo, influenciado por facções islâmicas, deve ser pressionado a garantir os direitos das minorias religiosas.
Ibrahim, por sua vez, solicitou ao governo de Donald Trump ações imediatas para proteger essas minorias. Ele defendeu que a descentralização poderia permitir que comunidades minoritárias se governassem com mais liberdade.
Além disso, Ghazal sugeriu reformas que incluam proteções constitucionais para assegurar o direito de culto das minorias e a profissionalização das forças de segurança. Ele e outros defensores acreditam que se deve agir proativamente para preservar a rica herança cultural e religiosa da Síria.
Esses líderes alertam que a indiferença em relação à situação não terá limites geográficos. O futuro das minorias religiosas e da diversidade cultural na Síria depende de ações urgentes e eficazes para proteger suas vidas e tradições.
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