Ex-sócio de advogado investigado pela PL é flagrado escondendo Ferrari em shopping

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Durante a investigação da operação Cambota, um desdobramento da Sem Desconto que investiga fraudes no INSS, a Polícia Federal encontrou indícios de que o advogado Nelson Wilians pode estar ocultando bens. Um ex-sócio dele foi filmado escondendo uma Ferrari e outros dois carros de luxo em um shopping de Brasília, no dia anterior à deflagração da operação Sem Desconto, em 23 de abril.

A operação Cambota apura um suposto vazamento de informações confidenciais sobre a operação Sem Desconto. Nesta sexta-feira (12), Wilians foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF em São Paulo. A ação aconteceu na mesma ocasião em que foram detidos o empresário Maurício Camisotti e o lobista António Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.

Segundo o jornal Metrópoles, além da Ferrari, a PF também identificou duas Mercedez-Benz estacionadas no shopping Pier 21. Os três veículos estão vinculados a uma microempresa de Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti. De acordo com a PF, os carros foram deixados no local na noite de 22 de abril, véspera da operação.

Na manhã de 25 de abril, a PF, após receber informações sobre a possível ocultação dos veículos, foi ao shopping e confirmou a denúncia. Durante a ação, foi revelado o primeiro elo entre a ocultação de bens e o vazamento de informações relacionadas à operação Sem Desconto, conforme um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, os agentes notaram a presença de Danilo Carvalho Antunes, filho de António Camilo Antunes. Ele estava circulando em torno de dois dos veículos e observava-os detalhadamente, o que chamou a atenção dos investigadores.

Danilo chegou ao estacionamento por volta das 18h, estacionando ao lado da Ferrari e de uma das Mercedes. Ele desembarcou e começou a digitar mensagens em seu celular antes de se dirigir ao shopping. Esse caminho parecia ser o seu propósito principal, caso não estivesse “supervisionando” os carros de luxo deixados ali na noite anterior à operação policial.

A PF começou a analisar as imagens das pessoas que estacionaram os veículos e conseguiu identificar dois dos motoristas. Na manhã de 30 de abril, oito dias depois, um dos indivíduos voltou e retirou os três carros, pagando as taxas de estadia, segundo a PF.

A análise dos veículos revelou que todos estavam vinculados à FAC Negócios e Investimentos Unipessoal, de Fernando Cavalcanti, que possui 23 veículos registrados. A PF também ligou os carros a Nelson Wilians, que representa legalmente as empresas NW Group e NW Participações Unipessoal, associadas a Cavalcanti.

Adicionalmente, a PF destacou que Cavalcanti é administrador da NW Soluções e Recuperação de Crédito, que tem um dos titulares sendo Nelson Wilians. Apesar dos veículos estarem formalmente vinculados a Cavalcanti, os indícios sugerem que pertenciam, de fato, ao advogado.

Em nota divulgada na sexta-feira (12), a defesa de Nelson Wilians garantiu que ele está colaborando plenamente com as investigações e que sua inocência será comprovada. A defesa insistiu que a ligação de Wilians com um dos investigados se restringe a uma relação profissional.

Wilians já declarou anteriormente que seu relacionamento com um dos investigados é estritamente legal e profissional, e que os valores envolvidos referem-se à compra de um terreno próximo à sua residência. A defesa reforçou que a medida adotada pela PF é meramente investigativa e que Wilians está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.

O caso destaca questões importantes sobre a transparência e a ética no exercício da advocacia e na administração pública. Que tal compartilhar sua opinião sobre o assunto? O que você acha dessas investigações e suas consequências?

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