Redes sociais alimentam extremismo, diz governador de Utah

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Em uma declaração impactante, o governador de Utah, Spencer Cox, discutiu a influência das redes sociais na agressão que resultou na morte do ativista conservador Charlie Kirk. Durante uma entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, Cox descreveu essas plataformas como um “câncer” que fomenta discursos extremistas.

Na mesma linha, em uma entrevista à CNN, Cox apresentou Tyler Robinson, de 22 anos, como o principal suspeito do crime, preso na quinta-feira (11/9). Segundo ele, Robinson possui uma “ideologia de esquerda” e vive com uma mulher trans. Cox detalhou que a companheira de Robinson esteve colaborando com as investigações, enquanto o suspeito não forneceu informações aos investigadores.

“Estamos tentando compreender o que aconteceu. Não quero tirar conclusões precipitadas, mas é uma situação complicada”, afirmou o governador. Robinson deverá ser formalmente acusado na próxima terça-feira (16/9).

Cox também comentou as reações de Donald Trump, que culpou a “esquerda radical” pelo episódio. Após uma conversa com o presidente, Cox reconheceu a irritação de Trump e a de muitos americanos em relação à situação.

Durante a coletiva sobre a prisão de Robinson, Cox expressou esperanças de que o atirador fosse alguém de fora do país, mas rapidamente percebeu que o “inimigo era interno”. O assassinato de Kirk, um influente ativista conservador e aliado próximo de Trump, acentuou ainda mais a divisão política nos Estados Unidos.

Kirk, de 31 anos, cofundador da organização Turning Point USA, foi baleado enquanto falava em um evento em Orem, Utah. Seu pai foi quem denunciou Robinson, reconhecendo-o nas imagens de vigilância divulgadas pelo FBI e incentivando o filho a se entregar.

Funeral contará com a presença do presidente

O funeral de Charlie Kirk está agendado para o próximo domingo (21/9) no State Farm Stadium, em Glendale, Arizona. O local, que comporta 60 mil pessoas, deve atrair muitos apoiadores. Donald Trump confirmou sua presença e atendeu ao pedido da viúva de Kirk, Erika, que o convidou para a cerimônia, descrevendo o ativista como uma “lenda americana”.

Em um vídeo emocional, Erika expressou seu amor pelo marido enquanto mostrava a medalha presidencial da Liberdade que ele recebeu de Trump. Ela reforçou que a voz de Kirk “permanecerá”.

Assassinato de Kirk divide opiniões no país

A reação à morte de Kirk indica uma polarização crescente nos Estados Unidos. Figuras da direita já estão tratando o incidente como parte de um ataque mais amplo contra o conservadorismo. Stephen Miller, assessor da Casa Branca, lamentou a perda de Kirk e a necessidade de combater o “mal” que o tirou de cena. Por outro lado, Trump criticou o discurso de ódio de adversários políticos e atribuiu a violência à demonização dos conservadores.

Os democratas, por seu lado, mostraram mais cautela. O ex-presidente Barack Obama destacou que tal violência é inaceitável em uma democracia. A ex-deputada Gabby Giffords, que sobreviveu a um atentado em 2012, enfatizou que as divergências políticas não devem ser resolvidas com armas. O governador de Illinois, JB Pritzker, até acusou Trump de alimentar essa retórica de violência.

O clima de radicalização também reachou o Brasil. O vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau, revogou o visto de um médico brasileiro que zombou da morte de Kirk nas redes sociais.

Reabertura do debate sobre armas e violência política

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, quase 47 mil pessoas morreram por armas de fogo nos Estados Unidos em 2023, um número alarmante. Apesar da aprovação de novas regras de controle de armas há dois anos, a violência armada se mantém praticamente inalterada.

Pesquisas indicam que a aceitação de intimidação política está crescendo. Um levantamento recente revelou que 6% dos americanos consideram aceitável que integrantes de seu partido usem ameaças para atingir objetivos políticos.

Ainda assim, vigílias em homenagem a Kirk estão sendo organizadas em várias cidades, como Nova York. Recentemente, a Associação de Jovens Republicanos promoveu um evento que refletiu a base conservadora mobilizada por Kirk.

O clima político nos Estados Unidos está tenso, e as reações ao assassinato de Charlie Kirk evidenciam essa divisão. O que você pensa sobre esse tema? Deixe seu comentário.

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