A operação São Francisco, realizada na terça-feira (16/9) pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, desmantelou um esquema significativo de tráfico e comércio ilegal de animais silvestres. Esta ação foi considerada a maior já realizada no Brasil na luta contra o comércio ilegal de bichos selvagens.
A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) investigou uma das maiores organizações criminosas do país, que traficava e vendia pássaros, primatas e tartarugas de forma ilegal e irresponsável. A investigação revelou que o esquema tinha pelo menos 145 integrantes, incluindo caçadores, atravessadores e falsificadores, com um grupo específico focado na captura e venda de primatas.
Um dos métodos utilizados era a falsificação de anilhas e documentos, criando uma aparência legal para os animais retirados do seu habitat natural.
Como Produtos em Catálogo
Os animais eram tratados como mercadorias. Por meio da internet, os criminosos formavam grupos chamados “rolo de animal” ou “feiras do rolo,” onde comercializavam produtos de origem duvidosa. Em aplicativos de mensagens, eles compartilhavam vídeos e fotos dos bichos, como se fosse um catálogo normal de vendas.
Em um dos diálogos, um homem perguntava se alguém tinha “um macaco-prego pra um amigo”. Outro suspeito respondia com um vídeo de filhotes da espécie, oferecendo cada um por R$ 4,5 mil. Em outro caso, um traficante apresentava um “macaco-mão-de-ouro” e dizia que era uma raridade, com um preço de R$ 3,5 mil, enquanto mostrava o animal vestido com uma camiseta.
Dentro de grupos de venda, como o “Feira de Caxias Oficial,” um usuário oferecendo seis filhotes de papagaio destacava o preço de R$ 600, com uma exigência de venda apenas, sem entrega.
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Uma imagem de um macaco vestido foi enviada no grupo
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Um homem solicitou filhotes de macaco-prego e prontamente um participante mandou imagens de dois filhotes.
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Centenas de tartarugas foram encontradas.
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Filhotes de papagaio também eram comercializados.
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A Maldade por Trás da Ambição
As espécies eram capturadas e retiradas de seus habitats em larga escala. A polícia indicou que eram transportadas em condições precárias e vendidas em áreas urbanas. Muitos animais morriam no trajeto devido ao estresse e à falta de cuidados necessários.
Os locais de captura incluíam o Parque Nacional da Tijuca e o Horto Florestal. A operação criou uma base na Cidade da Polícia, onde os animais apreendidos recebem atendimento veterinário antes de serem levados para centros de triagem, visando a reintegração ao seu habitat.
Ex-Deputado Investigado
O ex-deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, um dos alvos na operação, já estava preso por envolvimento com o tráfico de drogas. Endereços associados a ele foram investigados. Informações revelam que TH Joias estava vinculado a negociações envolvendo primatas, um dos mercados ilegais mais lucrativos do grupo.
Áudios obtidos pela polícia mostram um traficante discutindo a venda de um macaco-prego, destacando a inteligência do animal. Em outro momento, menciona diretamente um primata adquirido por TH Joias, descrevendo-o como “super esperto”.
Esse grave problema do tráfico de animais ainda precisa de mais atenção e ação para sua erradicação. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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