O advogado Nelson Wilians, um dos alvos da operação da Polícia Federal que prendeu o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, recebeu habeas corpus do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal. Essa decisão permite que ele fique em silêncio durante seu interrogatório na CPMI do Instituto Nacional do Seguro Social, marcada para esta quinta-feira, às 9h.
Além de Wilians, Rubens Oliveira Costa, sócio do Careca, também conseguiu o mesmo privilégio. Ele é acusado de transportar dinheiro do esquema de fraudes bilionárias.
Entenda a participação dos convocados
- Nelson Wilians
O advogado tem seu nome em transações financeiras investigadas pela Polícia Federal, incluindo movimentações de R$ 4,3 bilhões em operações consideradas suspeitas. Ele também pagou R$ 15 milhões a Maurício Camisotti e fez doações para a campanha do senador Rogério Marinho. - Rubens Oliveira Costa
Identificado como o “carregador de mala” do Careca, Rubens movimentou R$ 919,4 mil de empresas associadas a Antonio Antunes. Ele é sócio da Venus Consultoria e esteve em reuniões com o atual ministro da Previdência durante transições de governo. - Milton Salvador de Almeida Júnior
Com sócios ligados ao Careca, Milton esteve em cinco empresas com movimentações milionárias, recebendo R$ 48,3 milhões de entidades envolvidas nas investigações. - Romeu Carvalho Antunes
Filho de Antonio Antunes, Romeu é sócio em diversas empresas do esquema. A PF encontrou uma frota de veículos milionários em sua posse e alega que ele ajudava a movimentar os recursos ilícitos. - Tania Carvalho dos Santos
Esposa de Antonio, Tania esteve envolvida em transações de R$ 353 milhões, suspeitas de ocultar a origem dos recursos. Ela foi sócia na compra de uma mansão avaliada em R$ 3 milhões, que foi demolida posteriormente. - Cecília Montalvão Simões
Ela é sócia da Benfix e movimentou R$ 295,2 milhões sob suspeita. O “clã Camisotti”, do qual faz parte, movimentou quase R$ 790 milhões em operações investigadas.
Embora a decisão permita que não sejam obrigados a falar, os convocados devem comparecer à CPMI. Nelson Wilians manteve boas relações políticas e fez doações para vários parlamentares desde 2014, incluindo Rogério Marinho, que defendeu que a doação não interferiu em sua atuação como parlamentar.
Nesta quinta-feira, Rubens Oliveira Costa e Milton Salvador de Almeida Júnior, junto com o advogado Nelson Wilians, devem comparecer às oitivas. Os familiares de Antonio Antunes, como Tânia e Romeu, também foram convocados pela comissão.
Após alegações de dificuldades financeiras para comparecer ao depoimento, a CPMI decidiu adiar a participação de Cecília Montalvão e os Antunes. O ministro André Mendonça negou nnpedidos de dispensa, como testemunhas, mas afirmando a necessidade de presença.
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