A antiga gestora do Porto Organizado de Aratu, a GDK, voltou a ser investigada pela Polícia Civil. A denúncia, que recebeu atenção das autoridades, revela um possível esquema de atividades ilícitas durando pelo menos dois anos e meio nas instalações do Porto.
O Bahia Notícias teve acesso ao documento encaminhado ao delegado da 20ª delegacia territorial em Candeias. Nele, a Companhia Docas de Candeias aponta a comercialização indevida de combustíveis e a possível venda de entorpecentes na área. Após a confirmação do direito de posse, os agentes identificaram indícios alarmantes.
As investigações internas revelaram uma ligação entre o Porto Organizado e a área onde ocorriam desvios de produtos químicos. Além disso, equipamentos de mergulho sofisticados foram encontrados, levantando suspeitas de que poderiam estar sendo usados para o tráfico de drogas, especialmente dada a proximidade com embarcações de bandeira internacional.
Esse não é o primeiro contato da Polícia Civil com a GDK. Em 2024, uma operação foi realizada para desarticular um grupo criminoso atuante na Codeba, conforme reportado pelo portal Informe Baiano. O acionista majoritário da GDK alegou ter um contrato de comodato com a Word Transporte LTDA para justificar a presença da empresa, mas o documento nunca foi apresentado, gerando questionamentos sobre sua veracidade.
A denúncia, protocolada no final de julho, também solicita à polícia que investigue possíveis crimes de terceiros antes da posse da nova gestora, além de verificar a continuidade de atividades irregulares na região do Porto em Candeias.
Em informações de bastidores, foi apurado que durante a aproximação de navios com Nafta, integrantes de uma associação criminosa pagavam cerca de R$ 250 mil a responsáveis pela embarcação. Para retirar o material no alto-mar, era utilizada uma balsa clandestina que atracava de forma irregular.
A estratégia envolvia abastecer caminhões-tanque com Nafta, que eram encaminhados a um galpão em Caroba, Candeias, e também para armazéns em Camaçari e Dias d’Ávila. Adicionalmente, há indícios de que o mesmo local era utilizado em colaborações entre a associação criminosa e narcotraficantes do PCC e Bonde do Maluco (BDM) para envio de drogas ao exterior.
Recentemente, um dos chefes do esquema foi preso, identificado como “Charutinho”. Ele liderava uma cooperativa na região de Caroba e tinha controle sobre transações irregulares ocorrendo no Porto de Aratu. Durante a operação, três homens foram detidos na BR-523, transportando 126 mil litros de Nafta em três caminhões-tanque. Eles eram parte crucial da organização criminosa.
O caso levanta questões sobre a segurança e a fiscalização em áreas portuárias. O que você acha sobre a atuação das autoridades nessa situação? Comente e compartilhe sua opinião.
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