As meninas de escola pública e um cheiro de esperança no ar

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Nos últimos dias, uma onda de esperança tem se espalhado, mesmo entre aqueles que já estavam conformados com os desafios da humanidade. Em meio a esse cenário, surgem pequenas luzes de otimismo em diferentes partes do Brasil, especialmente em Brasília.

A esperança se destacou nas experiências em duas escolas públicas de ensino médio localizadas no Guará e em São Sebastião, cidades-satélites do Distrito Federal. Em uma dessas manhãs, no Guará, um grupo de adolescentes se reuniu em uma conversa sobre escrita criativa, que rapidamente se transformou em um espaço para compartilhar histórias de meninas brasilienses, que representam a terceira geração nascida em uma cidade que tem visto tantas mudanças nos últimos 60 anos.

Essas garotas, de 15 a 17 anos, são parte da chamada geração Alfa, criada em um mundo hiperconectado. A princípio, pensava que a velocidade das redes sociais as tivesse afetado, mas fiquei surpreso ao perceber que elas têm um filtro interno para distinguir o real do irreal. Mesmo enfrentando as dificuldades da sociedade patriarcal e tempos conturbados, suas reflexões são profundas e impactantes.

Uma das alunas comentou sobre a dinâmica em sua casa. Existe um horário limite para o uso do celular, mas a desigualdade de tratamento entre filhos e filhas permanece. Ela compartilhou um relato: “Recentemente, pedi ao meu irmão para me ajudar a fazer o almoço. Ele demorou, deixou o arroz queimar e, ao reclamar, ele jogou a culpa em mim. No final, acabamos os dois de castigo. Ele sempre se livra disso.”

As meninas demonstram clareza sobre a proteção que os meninos recebem e como isso exige que elas amadureçam precocemente. Além disso, comentam sobre a imaturidade dos garotos, que muitas vezes resulta em comportamentos problemáticos. “A gente tem de ser adultas muito cedo, enquanto eles jogam videogame e todo mundo acha lindo”, ressaltaram.

Enquanto isso, em São Sebastião, no Centro Educacional São Francisco, conhecido como Chicão, encontrei mais motivos para acreditar. A arquitetura da escola surpreende. Por fora, é uma construção simples, mas ao entrar, um pátio ensolarado e colorido chama a atenção, complementado por referências culturais diversas em suas paredes.

Em um espaço dedicado à prevenção ao suicídio, havia uma frase impactante escrita por um aluno: “Quando parecer que é o fim, lembre-se: a vida é como um livro, cada capítulo tem algo novo e emocionante para oferecer.”

Essas experiências em duas escolas públicas no DF renovaram minha esperança e aqueceram meu coração. As histórias e visões dessas meninas são um lembrete poderoso de que, mesmo em meio às adversidades, a mudança é possível.

E você, o que pensa sobre essas histórias? Que mudanças você gostaria de ver na sua localidade? Compartilhe seus pensamentos!

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