O governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, expressou sua insatisfação com a Enel, afirmando que a concessionária “presta um serviço ruim” e que pretende “varrer” a empresa de São Paulo. A declaração ocorreu durante uma reunião com prefeitos de 55 cidades que enfrentaram problemas devido às fortes chuvas da semana.
Durante o encontro, Tarcísio também questionou a possibilidade de prorrogação antecipada do contrato da Enel para fornecimento de energia na região metropolitana. Ele elogiou empresas como a CPFL Energia, que têm um desempenho considerado superior.
“Quem deixa a gente na mão sempre é a Enel. Na área da CPFL, tivemos um restabelecimento rápido, com quase 700 mil consumidores atendidos. A Enel, por outro lado, é a concessionária que dá as piores respostas. É inaceitável discutir a prorrogação antecipada do contrato da Enel, uma empresa que realmente presta um serviço insatisfatório e não pode continuar em São Paulo. Vamos lutar com todas as forças para remover essa concessionária do nosso estado”, disse Tarcísio.
No mês passado, Tarcísio já havia classificado o contrato atual com a Enel como “extremamente ruim”. A concessão está válida até 2028, e a empresa busca antecipar sua renovação, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em agosto, a Prefeitura de São Paulo ajuizou uma Ação Civil Pública para barrar a renovação automática do contrato. Na ocasião, a procuradora-geral do município, Luciana Sant’Ana Nardi, destacou que “a população não pode ficar à mercê da omissão e ineficiência de uma concessionária que ignora nossas particularidades ambientais e urbanas.”
Série de críticas de Tarcísio à Enel
- Em agosto, Tarcísio afirmou que não prorrogaria o contrato se tivesse a decisão.
- Em outubro do ano passado, indicou que a capital paulista enfrentaria apagões enquanto a Enel permanecesse.
- O governador se alinha ao prefeito Ricardo Nunes, que frequentemente critica a concessionária.
- A Prefeitura entrou com uma ação legal contra a renovação antecipada do contrato com a Enel.
- O contrato atual de fornecimento de energia expira em 2028.
Ainda na terça-feira, o Procon de São Paulo deu 72 horas para que a Enel se explique sobre a falta de ações para mitigar os danos das chuvas, que deixaram quase 600 mil imóveis sem luz. Em resposta, a Enel afirmou ter restabelecido 95% do serviço afetado após mobilizar mais de 1.300 equipes.
A Enel se defendeu, assegurando que atende aos indicadores do contrato de concessão na região metropolitana e que tem feito melhorias contínuas para aprimorar o serviço. A empresa reafirmou seu compromisso com os 8 milhões de clientes atendidos na área.
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