Pensar sobre a morte e a despedida de amigos e familiares ainda é um tabu para muitos. A discussão sobre cuidados e tratamentos para suavizar a dor nesse processo é desconhecida por muitas pessoas no Brasil.
A médica paliativista e autora Ana Claudia Quintana decidiu inverter essa perspectiva. Em suas reflexões, ela aborda a finitude da vida, ajudando as pessoas a entenderem a importância dos Cuidados Paliativos e como viver bem até o momento da partida.
Quintana, uma das principais referências em Cuidados Paliativos no Brasil, esteve em Salvador na quarta-feira (24) para uma palestra chamada “Dignidade até o fim: uma conversa necessária”. O evento, realizado pelo hospital Florence, conhecido nacionalmente em Cuidados Paliativos e Reabilitação Intensiva, reuniu profissionais de saúde e entusiastas da médica no Cerimonial Rainha Leonor.
Antes do evento, em entrevista ao Bahia Notícias, ela destacou a relevância dos cuidados paliativos. Quintana apontou que debates sobre o tema demonstram o interesse da população em discutir a dignidade durante a vida, não apenas na hora da morte.
“Eventos como esse mostram que as pessoas querem falar sobre esse assunto. Tanta gente presente significa que há um verdadeiro desejo de discutir, de trazer este tema para dentro de casa”, disse Quintana, desafiando a ideia de que a sociedade não se interessa pela discussão dos Cuidados Paliativos.

Reconhecida pela abordagem sensível e humanizada, Quintana ressaltou a importância de hospitais especializados em cuidados paliativos para garantir a qualidade de vida dos pacientes.
“Hospitais como o que temos em Salvador, com qualidade tanto pública quanto privada, devem existir em todos os estados do país. É crucial ter profissionais qualificados para cuidar de pessoas em situações de extremo sofrimento”, afirmou ela. Quintana também lembrou que os Cuidados Paliativos não são apenas para os últimos momentos de vida e que é preciso discutir o tema antes de doenças aparecerem.
A especialista ainda abordou a necessidade de expandir os cuidados paliativos no Brasil, enfatizando que ações políticas e projetos de formação de equipes são essenciais. Ela destacou que a arte e a escrita são ferramentas importantes na disseminação do conhecimento sobre o assunto.
“Devemos olhar para todas as camadas que podem mudar a realidade da nossa cultura. O meu livro, com mais de um milhão de cópias, é um exemplo dessa necessidade de diálogo”, explicou.
Quintana concluiu enfatizando a importância de integrar o tema nos debates políticos. Ela acredita que, se não forem feitas as discussões necessárias, será alguém que fará de forma errada. “Precisamos de políticas públicas funcionais que cuidem das pessoas no dia a dia, não apenas nas altas tecnologias”, finalizou.
E você, o que pensa sobre a importância dos Cuidados Paliativos? Conte sua opinião nos comentários.

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