O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a Receita Federal vai estabelecer uma delegacia dedicada ao combate a crimes contra o sistema financeiro. O anúncio ocorreu no mesmo dia da Operação Spare, realizada pela Polícia Militar e pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis e fintechs, além de exploração de jogos de azar.

Haddad afirmou que este é um passo significativo na luta contra esses crimes. “Estamos criando uma delegacia que terá pessoal exclusivo para aprofundar investigações dessa natureza”, disse o ministro, ressaltando a importância dessa nova estrutura.

A Operação Spare é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, iniciada em agosto, e visa desmantelar um esquema que atua há mais de 20 anos no setor de combustíveis em São Paulo. Os investigadores estão focados em postos, motéis e empreendimentos imobiliários que serviam para a lavagem de dinheiro.

Durante a operação, foram identificados cerca de 200 postos de gasolina e 60 motéis que poderiam estar envolvidos nas atividades ilícitas. Os números são alarmantes: mais de R$ 4 bilhões em transações financeiras nos últimos cinco anos, com um recolhimento de tributos extremamente baixo, apenas 0,1% do total movimentado. Isso despertou a atenção da Receita Federal.

Desde 2023, a Receita já possui um núcleo específico para lidar com fraudes estruturadas e crimes organizados. Segundo Haddad, muitas vezes essas organizações misturam atividades lícitas com atividades ilegais, o que complica a economia e afeta a concorrência, o consumidor e os programas sociais.

A nova delegacia promete ser uma ferramenta vital para o futuro da fiscalização e para a luta contra a corrupção. A Receita Federal está cumprindo 25 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Santo André, Barueri e Osasco, com o apoio de 64 servidores da Receita e 28 do MPSP.

Detalhes da operação

O foco da ação de hoje está em uma vasta rede de postos de combustíveis conectada à lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A Receita identificou 267 postos ainda em operação que movimentaram mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas que recolheram apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais.

Além dos postos de combustíveis, o alvo também opera lojas de franquias, motéis e empreendimentos no setor da construção civil. A ação reflete um esforço contínuo para desmantelar redes de crime organizado e melhorar a arrecadação tributária no país.

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