Funcionários de empresas de entrega como iFood e 99Food receberam propostas financeiras de consultorias internacionais em troca de informações estratégicas. A maioria dessas propostas vem de empresas com sede na China, além de algumas do Japão, Estados Unidos e Brasil.

Uma reportagem do UOL revelou que as propostas variam de US$ 250 a US$ 400 por uma conversa de uma hora, com expectativa de que os funcionários compartilhem dados críticos sobre suas operações.

Homem espionando através de veneziana
Caso pode ser enquadrado como espionagem corporativa (Imagem: fresnel/Shutterstock)

Intensificação na Disputa Pelo Mercado de Aplicativos

Um dos relatos na reportagem menciona uma oferta de até R$ 5.500 para um executivo em troca de uma hora de conversa. As consultorias buscam informações como número de usuários, divisão de mercado, receitas, custos de pedidos e dados sobre o desempenho operacional.

Até mesmo entregadores são alvos das propostas, com pagamentos de R$ 5 por fotos das rotas percorridas em um dia. A reportagem revelou mais de 170 mensagens de mais de 30 consultorias enviadas aos funcionários do iFood, além de outras mensagens para empregados do 99Food.

Motoboy com mochila do iFood
iFood afirmou estar sendo alvo de espionagem (Imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Esse cenário de espionagem ocorre em um contexto de intensa competição no mercado de aplicativos de entrega, onde o iFood lidera, seguido pelo Rappi. Recentemente, empresas chinesas como a 99Food, controlada pela DiDi Global, e a Keeta, da Meituan, entraram no mercado dispostas a ganhar espaço.

Em resposta, o iFood denunciou a situação como “espionagem corporativa”, afirmando que está sendo alvo de um ataque coordenado. A empresa já enviou notificações extrajudiciais para que as consultorias cessem as investigações. O 99Food também confirmou que seus funcionários receberam abordagens similares, mas negou qualquer participação.

Prática É Considerada Crime

  • No Brasil, a Lei de Propriedade Intelectual tipifica como crime de concorrência desleal oferecer ou receber remuneração em troca de informações de concorrentes.
  • Beneficiar-se de dados confidenciais obtidos através do trabalho também é crime.
  • O Código Penal considera a violação de segredo profissional um crime específico.
  • As penalidades variam de três meses a um ano de prisão ou multa para essas infrações.

A situação levanta questões importantes sobre a proteção de informações empresariais e a ética na competição. O que você acha dessa questão? Deixe sua opinião nos comentários.