O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Receita Federal iniciaram a operação Spare, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação abrange motéis e postos de combustíveis em várias cidades do estado. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em 35 locais, com o apoio da Polícia Militar e da Secretaria da Fazenda.

As investigações revelaram que cerca de 60 motéis, registrados em nomes de laranjas, movimentaram mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Esses estabelecimentos apresentavam uma distribuição irregular de lucros e adquiriram imóveis de alto valor.

Além dos motéis, o grupo envolvido estava ligado a postos de combustíveis adulterados, que, no mesmo período, movimentaram R$ 4,5 bilhões, mas pagaram apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais, um percentual muito abaixo do esperado. De acordo com o MP, a facção utilizava contadores próprios e uma fintech identificada na operação Carbono Oculto, lançada em agosto, para esconder a origem dos valores.

O empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como “Flavinho”, é apontado como o líder do esquema. Há suspeitas de que ele usava empresas de fachada para justificar um patrimônio incompatível com sua renda declarada, incluindo um iate, helicópteros e uma Lamborghini. A Receita Federal afirma que o valor identificado é apenas uma fração do patrimônio real do empresário.

As investigações começaram após a apreensão de maquininhas de cartão ligadas a jogos de azar em Santos, que estavam conectadas a postos de combustíveis. As transações mostraram que os recursos eram transferidos para contas de uma fintech, responsável por movimentar milhões para o PCC. O MP e a Receita destacaram que a operação expõe a infiltração da facção na economia formal, usando empresas que parecem legítimas para desviar dinheiro do tráfico e de outros crimes.

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