Tiros em terra grilada no DF revelam como PCC corrompia servidor do TJ

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Um desentendimento por conta de um lote em um assentamento irregular no Distrito Federal levou à descoberta de um esquema envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso inclui um foragido por homicídio, uma advogada que falsificava provas e um servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), acusado de vender informações confidenciais.

Na terça-feira, Romário Gil de Sousa Nascimento, de 31 anos, irá a julgamento por tentativa de homicídio. O crime, ocorrido em 16 de julho de 2023, envolveu uma briga entre vizinhos em um lote grilado no assentamento Dorothy, em Sobradinho. Romário foi chamado para “resolver” a situação e acabou disparando contra um homem, que ficou ferido no pé e na coxa.

Após os disparos, Romário fugiu e contatou a advogada Carla Aparecida Rufino Freitas, de 53 anos, para ajudá-lo. Ele estava preocupado com seu passado criminal relacionado a uma rivalidade com o Comando Vermelho em Caldas Novas, em 2019, quando foi condenado a 35 anos de prisão e considerado fugitivo.

Segundo as investigações, Carla organizou para que outra pessoa, Maurício Ferreira Martins, fosse responsabilizada pelo crime, oferecendo-lhe R$ 3 mil. Apesar da tentativa de atribuir a culpa a Maurício, testemunhas já tinham mencionado Romário. Para saber se ele estava sendo procurado, Carla consultou seu ex-marido, que tinha contatos no TJDFT.

O servidor Rigel dos Santos Brito foi acionado e recebeu R$ 50 para fornecer informações sobre o status legal de Romário. Rigel já enfrentava problemas legais anteriores por corrupção e estava respondendo em liberdade após ser preso em 2024.

Prisões e Investigações

Após o crime, Romário conseguiu escapar inicialmente, mas foi preso dois meses depois em uma barbearia em Planaltina. Ele cumpre pena no Presídio Estadual de Formosa, em Goiás. Durante a investigação, seu celular foi apreendido e as mensagens trocadas começaram a ser analisadas, revelando a conexão entre a advogada e o servidor do TJDFT.

Em julho de 2024, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu Rigel e Carla, mas ambos foram liberados após cinco dias por habeas corpus e respondem ao processo em liberdade.

Rigel declarou à Polícia Civil que é comum que as pessoas busquem informações, mas insistiu que não repassou dados confidenciais. Ele também alegou não se lembrar da quantia que recebeu, sugerindo que poderia estar relacionada a dívidas de jogos.

O TJDFT informou que Rigel está sob suspensão disciplinar de 90 dias, começando em 18 de agosto de 2025. A corte também anunciou a abertura de um processo administrativo em relação ao servidor, resultando em uma pena máxima de suspensão.

Com tantas reviravoltas, essa situação levanta questões importantes sobre a integridade e a segurança do sistema judicial. O que você pensa sobre a influência do crime organizado em estruturas públicas? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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