Luziânia, município com 278 anos de história, é palco de um novo capítulo na busca por ouro. O passado, marcado por extrações que custaram vidas de escravizados, pode dar lugar a uma nova exploração mineral, trazendo movimentação à região novamente.
Uma empresa canadense, a Kinross Gold Corporation, aumentou significativamente os pedidos à Agência Nacional de Mineração (ANM) para realizar pesquisas no solo de Luziânia. Desde 2024, os pedidos dispararam, com 78 solicitações registradas, sendo 67 apenas deste grupo. Em comparação, entre 2019 e 2023, a média era de apenas sete a 12 pedidos anuais.
A Kinross, que já opera em Paracatu (MG), afirma ser uma das maiores produtoras de ouro no Brasil, contribuindo com 22% da produção nacional. A empresa anunciou planos de expansão que prolongam a vida útil da mina atual até 2032.
Além do interesse da mineradora, o município ainda possui garimpeiros que atuam de forma independente, mesmo enfrentando dificuldades de regularização. Segundo José de Carvalho, um ex-garimpeiro de 71 anos, os trabalhadores extraem o metal em busca de sustento, vendendo o grama do ouro a valores que variam entre R$ 400 a R$ 500.
“Ainda há garimpeiros que mexem no solo e extraem ouro. Eles acabam atuando clandestinamente devido à necessidade financeira”, afirma Carvalho.
Antônio João dos Reis, um respeitado historiador de 93 anos, aponta que, assim como no passado, ainda existe a possibilidade de ouro escondido no solo, especialmente ao redor da Igreja Nossa Senhora do Rosário, que foi erguida por escravizados. A igreja é um importante marco turístico da cidade.
Com a possibilidade de exploração pela empresa canadense, a expectativa é que novos empregos sejam gerados. Muita gente na cidade vê isso com bons olhos, desde que respeitando e restaurando a natureza local.
A Kinross foi contatada para comentar suas operações e o aumento dos pedidos à ANM, mas ainda não se manifestou. As autoridades locais também foram abordadas, e a reportagem estará atenta a qualquer atualização.
E você, o que pensa sobre a exploração mineral em Luziânia? Acha que trará benefícios ou riscos para a região? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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