O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, expressou sua insatisfação nesta segunda-feira (29) com as restrições impostas ao seu visto pelo governo dos Estados Unidos. Ele também abordou políticas negacionistas na área de saúde que prejudicam a prevenção de doenças. Devido a essas restrições, Padilha não pôde participar presencialmente do evento da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que acontece em Washington até a sexta-feira (3 de outubro).
Em videoconferência no 62º Conselho Diretor da Opas, Padilha afirmou que ações como restrições a autoridades não são necessárias. Ele destacou: “O que precisamos é restringir as doenças, como o sarampo que se espalha a partir da América do Norte.” Além disso, garantiu que as decisões dos EUA não limitarão a circulação de ideias do Brasil, afirmando: “Podem impor tarifas abusivas, mas não vão impedir nossa vocação para a cooperação.”
Rejeição ao negacionismo
O ministro criticou a desinformação que, segundo ele, afeta a saúde pública. “Quando o negacionismo é impulsionado por líderes de governo, vemos que vidas são perdidas e a unidade entre as nações se fragiliza”, enfatizou. Padilha enfatizou a necessidade de investimentos em pesquisas sobre imunização, alertando que cortes em programas de vacinação constituem um retrocesso para a ciência e para a vida.
Recentemente, Padilha criticou o governo de Donald Trump por restringir recursos para pesquisas com vacinas. O ministro reafirmou que o Brasil pretende aumentar sua participação na cooperação para garantir que os produtos de saúde sejam acessíveis em toda a região. Ele clamou por uma aproximação entre os povos americanos ao invés de barreiras.
Ainda falando sobre saúde pública, Padilha destacou que o país voltou a aumentar a cobertura vacinal, após seis anos de declínios. Ele também manifestou preocupação sobre a negação dos impactos das mudanças climáticas na saúde, afirmando que é vital adaptar os sistemas de saúde aos riscos ambientais. Padilha pediu a participação internacional na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em novembro em Belém.
Cooperação e políticas de saúde
Padilha ressaltou a importância de manter a cooperação com instituições e empresas para a produção de vacinas e medicamentos. Ele convidou pesquisadores e empresas que atuam com vacina de RNA mensageiro a se envolverem com o Brasil, afirmando que “as portas do Brasil estão abertas à ciência e à inovação”.
Internamente, ele mencionou a duplicação do programa Mais Médicos, que visa melhorar a presença de profissionais em regiões mais carentes. Além disso, falou da iniciativa Agora Tem Especialistas, que busca reduzir as filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) para consultas e procedimentos.
Por fim, Padilha apresentou à Opas um relatório que aponta a redução da transmissão vertical do HIV e uma diminuição de 75% das mortes por dengue neste ano, evidenciando os esforços do Brasil na área de saúde.
O que você acha das declarações do ministro? Deixe sua opinião nos comentários e vamos conversar sobre saúde pública e as iniciativas necessárias para avançar nesse tema.
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