AL-BA recebe projeto que prevê punições a servidores e políticos que cometerem assédio e importunação sexual

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) está analisando um Projeto de Lei apresentado pelo deputado Radiovaldo Costa (PT) que propõe a implementação de medidas para prevenir e combater o assédio moral, sexual, importunação sexual e assédio virtual na administração pública estadual. O projeto, protocolado na última segunda-feira (29), abrange todos os tipos de servidores, incluindo estatutários, celetistas, comissionados, temporários, estagiários, agentes políticos, terceirizados e ocupantes de mandatos eletivos.

O projeto define claramente o que são as condutas abusivas. O assédio moral é caracterizado por práticas que degradam as condições de trabalho do servidor, como humilhações públicas e discriminações. Já o assédio sexual envolve comportamentos não consensuais com o objetivo de favorecimento ou submissão, que podem ser configurados até por um único ato grave. A importunação sexual é identificada por aproximações físicas indevidas ou insistência após recusa. Além disso, o assédio virtual é praticado por meio de redes sociais ou aplicativos de mensagens.

Entre as medidas propostas pelo projeto, destaca-se o direito da vítima de permanecer em seu cargo ou ser realocada sem prejuízo, além do afastamento imediato do acusado durante a investigação. O texto também prevê campanhas educativas semestrais e a criação de Comissões Permanentes de Ética e Enfrentamento ao Assédio, com representantes da administração e sindicatos. Um sistema de denúncias sigilosas e uma ouvidoria externa independente fazem parte das ações planejadas.

O projeto garante ainda suporte psicossocial integral às vítimas, com atendimentos jurídicos, sociais e psicológicos. Os agressores devem passar por programas de reeducação obrigatórios. Órgãos públicos serão obrigados a divulgar relatórios trimestrais sobre denúncias e ações tomadas.

As sanções variam de acordo com o vínculo funcional. Para estatutários, as punições vão de advertências a demissões. Comissionados poderão ser afastados cautelarmente e destituídos, e os celetistas poderão enfrentar suspensões ou demissões justas.

Radiovaldo Costa enfatizou que aprovar esse projeto não é apenas uma questão política, mas um compromisso ético e jurídico fundamental. O deputado citou pesquisas que indicam que 76% das trabalhadoras brasileiras já enfrentaram assédio no trabalho, mas muitas não denunciam por medo de retaliação. Segundo ele, a iniciativa surge em resposta a demandas da sociedade civil, especialmente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindipoc).

As medidas protetivas propostas, como o afastamento do acusado e a garantia de proteção da vítima, representam um importante avanço na proteção de grupos vulneráveis.

O tema levanta questões importantes sobre segurança e dignidade no ambiente de trabalho. O que você acha dessas iniciativas? Deixe sua opinião nos comentários.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

PM prende dupla e recupera veículo roubado com placa clonada durante a operação em Salvador

Polícia Militar da Bahia prendeu dois suspeitos e recuperou um veículo com restrição de roubo na tarde desta segunda-feira (22), durante a Operação...

Criança morre após choque elétrico em decoração natalina de praça no interior da Bahia

Gustavo Carvalho Dantas, uma criança de nove anos, morreu após sofrer uma descarga elétrica ao tocar em uma réplica de trem que fazia...

Amostra em cidade baiana aponta aprovação de prefeito e vantagem de governador para 2026

Um levantamento do instituto Índices & Análises, realizado neste mês em Malhada, no Sudoeste baiano, aponta aprovação do prefeito Doutor Gimmy (PT). A...