A vontade dos idosos, na maioria das vezes, não é de morrer, mas de acabar com o sofrimento. Essa afirmação é do psicogeriatra Lucas Alves Pereira, especialista em saúde mental da população idosa.
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou em 2021 que a taxa média de suicídio entre idosos era 47,2% superior à média geral da população brasileira entre 2012 e 2016.
Embora o estudo tenha sido publicado há alguns anos, os números ainda são alarmantes. Um levantamento de 2023 realizado pelo Umane: Observatório de Saúde Pública mostrou que, entre pessoas com 65 anos ou mais, 374 idosos se suicidaram, enquanto entre os indivíduos com até 64 anos, o número foi de 325. As mulheres representam cerca de 59% dos casos, enquanto os homens somam 40%.
Na Bahia, 66% das 45 vítimas registradas eram mulheres, totalizando 30 casos, e 33% eram homens, somando 15. Entre as vítimas de 15 a 64 anos, o estado registrou 32 suicídios, representando cerca de 70% do total entre idosos acima de 65 anos.
O elevado risco de suicídio entre idosos pode ser atribuído a fatores como a perda de entes queridos e o isolamento social, muitas vezes agravado pela aposentadoria, segundo Lucas Alves Pereira.
“As perdas são significativas. Esse grupo etário lida frequentemente com a morte de amigos, cônjuges e até filhos. O isolamento social pode agravar a depressão”, explicou.
Um exemplo disso é Ayrton Lima, pai da apresentadora Ana Clara Lima, que começou a trabalhar como motorista de aplicativo aos 63 anos para se manter ativo. “Ele quis dirigir e conversar com as pessoas, e isso é importante para a cabeça dele”, contou Ana Clara ao jornal O Globo.
Para mitigar esses números alarmantes, especialistas sugerem melhorar as políticas públicas, realizar campanhas educativas, observar mudanças comportamentais e oferecer melhor treinamento aos profissionais de saúde.
“As políticas de saúde ainda precisam de melhorias, e a incidência de transtornos mentais continua a crescer. Campanhas educativas são fundamentais. Observar alterações comportamentais, como a diminuição da capacidade de sentir prazer, é crucial para a prevenção”, concluiu o médico.
Este tema é extremamente relevante e merece a atenção de todos nós. O que você pensa sobre o assunto? Compartilhe suas opiniões nos comentários abaixo.
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