Nesta segunda-feira, 8 de setembro, os mercados reagiram com intensidade à derrota do partido de Javier Milei nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, a mais populosa e rica do país. Na votação, A Liberdade Avança, liderado por Milei, alcançou apenas 33% dos votos, ficando quase 14 pontos atrás do peronismo, que venceu com 47%. Esse resultado desfavorável gerou uma queda significativa nas ações argentinas em Wall Street e na Bolsa de Buenos Aires.
Em Wall Street, algumas ações perderam até 15% de seu valor, enquanto a Bolsa de Buenos Aires registrou uma baixa de 13%. No mercado cambial, o dólar teve um aumento considerável, alcançando 1.425 pesos no Banco Nación, uma alta de 3,26% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Essa desvalorização do peso já havia levado o governo a intervir no mercado cambial na semana anterior, utilizando fundos do Tesouro.
As eleições em Buenos Aires, que representam quase 40% do eleitorado nacional, eram consideradas um importante teste para o governo de Milei, que enfrentará eleições nacionais em 26 de outubro. Este cenário se complica ainda mais com a crescente insatisfação popular, devido a um escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã e braço direito do presidente.
Embora o governo tenha logrado reduzir a inflação de 87% em 2024 para 17,3% em julho de 2025, ele enfrenta uma crise de credibilidade. O presidente Milei, ao reconhecer a “clara derrota”, reafirmou seu compromisso com a política econômica e com cortes em áreas sensíveis, como saúde e educação.
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, que está em Buenos Aires para uma cúpula sobre segurança, declarou seu apoio contínuo ao país. Já o chefe de gabinete, Guillermo Francos, destacou a necessidade de uma autocrítica interna, abordando os desafios de comunicar os resultados macroeconômicos para a população.
Este é um momento decisivo para a Argentina. O que você acha que o governo deve fazer para reverter essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.
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