No início do julgamento dos envolvidos nos episódios de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez uma declaração polêmica. Ele sugeriu que a pacificação do país só seria possível com a anistia para Bolsonaro e demais golpistas. Essa ideia, apoiada por sua base política, contrasta com a visão de figuras de destaque no Judiciário, como Alexandre de Moraes, que defende a justiça penal nesse contexto.
Moraes destacou durante o julgamento que a impunidade e a omissão não são opções para assegurar a paz social. Ele afirmou que o silêncio diante de atos criminosos pode deixar marcas profundas na sociedade. O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, também foi enfático, apontando que o golpe em curso já é uma realidade quando líderes políticos se reúnem com os militares para discutir sua execução.
A história do Brasil mostra que, ao longo do tempo, a anistia frequentemente foi utilizada para proteger os culpados, em vez de atender às vítimas. A anistia de 1979, por exemplo, teve como um de seus principais objetivos impedir a responsabilização por crimes graves durante a ditadura, como tortura e assassinatos.
Tarcísio, com formação em engenharia militar, parece ignorar o passado. Enquanto isso, Bolsonaro, conhecido por sua aversão à leitura, até mesmo posou ao lado de um livro sobre um torturador, remetendo a um apoio a atos de repressão. Se o Congresso tivesse tomado decisões mais firmes em relação a Bolsonaro em seu passado, talvez a história recente do Brasil fosse diferente.
O governador poderia refletir sobre a trajetória de Bolsonaro e suas consequências antes de apoiar uma anistia que poderia perpetuar um ciclo de impunidade – um caminho que a sociedade não pode permitir novamente.
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