ENVENENAMENTO
Estado contabiliza quase um terço de todas as emergências da região nos últimos 10 anos, com 2.274 atendimentos registrando um total de 7.080
A Bahia se destaca no Nordeste ao registrar quase 30% dos atendimentos de emergência relacionados a envenenamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo da última década. No total, o estado contabiliza 2.274 casos de um total de 7.080 na região, conforme dados da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede). Vale destacar que nem todos os episódios de envenenamento resultam em emergência ou são levados à rede pública de saúde.
Um exemplo recente é o de Sérgio Dário, um estudante de 25 anos da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que foi picado por uma cobra venenosa enquanto visitava seus pais em Vera Cruz. Ao caminhar no escuro, ele sentiu uma dor aguda no calcanhar e avistou o animal. Dário foi levado rapidamente ao hospital e, felizmente, não teve sequelas após dois dias de internação.
Surpreendentemente, apenas neste ano, até agosto, a Bahia já contabilizou 21.984 casos de envenenamentos por animais peçonhentos, conforme o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox-BA). Este número representa 64% do total de ocorrências do ano passado, que totalizou 34.094, e a tendência é que superemos essa marca. Os escorpiões são os principais responsáveis, com 22.012 casos registrados em 2025. Edvaldo Silvestre, um construtor de 63 anos, compartilha sua experiência ao ser picado por um escorpião e relembra a dor intensa e a febre que sentiu, chamando a atenção para a importância da prevenção.
Os escorpiões se reproduzem facilmente e se adaptam bem a ambientes domésticos, o que eleva os riscos. “Um único escorpião pode gerar cerca de 30 filhotes a cada seis meses”, explica Juscelino Nery, diretor do Ciatox-BA. É importante notar que todos os escorpiões são venenosos, mas a gravidade dos sintomas varia, especialmente em crianças e idosos, que são os mais vulneráveis em casos de picadas.
O escorpião amarelo é o mais preocupante na Bahia, trazendo riscos de grande severidade. Os sintomas iniciais incluem dor, formigamento e aumento da sudorese, podendo evoluir para náuseas, vômitos e até insuficiência respiratória. Para evitar acidentes, é essencial manter o ambiente livre de entulhos e lixo, fechar frestas de janelas e portas, e manter camas afastadas das paredes.
Caso ocorra uma picada, a recomendação é não aplicar nada além de água e sabão, e procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) imediatamente. Se possível, levar uma foto do animal para identificação é útil, mas não se deve tentar capturá-lo.
Intoxicações químicas em destaque
Além dos envenenamentos por animais, a Bahia também enfrenta intoxicações por agentes químicos, embora em menor quantidade, mas com um risco maior de fatalidades. Em 2025, já foram registrados 9.462 casos de intoxicação por essa causa, resultando em 70 óbitos. Juscelino Nery explicou que muitos desses óbitos estão ligados a tentativas de suicídio, o que eleva a gravidade da situação.
A coordenadora do comitê de toxicologia da Abramede, Juliana Sartorelo, reforça a necessidade de ações de controle mais rigorosas sobre substâncias tóxicas, incluindo aumento da fiscalização nas fronteiras e restrições na venda de produtos perigosos. Ela também destaca a importância de campanhas educativas para prevenir intoxicações entre crianças e adolescentes.
Como você tem se preparado para evitar esses riscos? Compartilhe suas experiências e dicas nos comentários. Sua participação é fundamental para fomentar um debate construtivo sobre este tema importante.
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