A infiltração do crime organizado na política brasileira se torna uma preocupação crescente. Facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) estão ativamente buscando eleger prefeitos, vereadores e deputados. O objetivo? Garantir seus interesses, lavar dinheiro do tráfico e ter acesso a informações privilegiadas.
Nos últimos anos, operações policiais têm exposto a conexão entre políticos e facções. Diversos agentes públicos foram presos em várias partes do Brasil, revelando a gravidade dessa situação.
As facções criminosas têm uma estratégia bem definida: controlar o poder local para facilitar suas atividades ilícitas. Com representantes eleitos, conseguem acesso a contratos públicos, que serve para lavar dinheiro proveniente do tráfico e outras atividades criminosas.
Esses políticos, muitas vezes cooptados, fornecem informações privilegiadas sobre operações policiais e atuam em favor das facções nas câmaras municipais e assembleias legislativas, defendendo seus interesses.
Um levantamento do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) indicou que, nas eleições de 2024, 12 pessoas ligadas ao crime organizado foram eleitas no estado, incluindo 10 vereadores e dois prefeitos. A situação no Ceará é ainda mais crítica, com o Ministério Público apontando que o PCC e o CV controlam cerca de 80 prefeituras no estado.
Conexão criminosa
Nos últimos anos, diversas operações da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos estaduais têm desmantelado esquemas de corrupção envolvendo políticos e facções. Recentemente, a Operação Zargun da PF prendeu o deputado estadual do Rio de Janeiro, TH Jóias, suspeito de intermediar a compra e venda de armas para o Comando Vermelho.
Em abril de 2024, uma operação do Ministério Público de São Paulo resultou na prisão de quatro vereadores de cidades da Grande São Paulo e da Baixada Santista. Eles foram acusados de fraudes em licitações ligadas ao PCC, direcionando contratos para empresas ligadas à facção.
Cubatão
Um caso emblemático é o do vice-prefeito de Cubatão, Márcio José de Oliveira, preso em 2021 na Operação Soldi Sporchi. A investigação confirmou que ele era o principal representante do PCC na cidade, utilizando seu cargo para favorecer a facção em contratos públicos.
De acordo com o Ministério Público, essa quadrilha movimentou cerca de R$ 200 milhões em contratos com a prefeitura de Cubatão e outras prefeituras da Baixada Santista. O lucro do tráfico de drogas era lavado por meio de empresas de fachada, que prestavam serviços para as adminstrações públicas.
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