Renê Júnior, o empresário que confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, entrou em contato com um coronel da reserva da Polícia Militar quando foi abordado por policiais em uma academia de luxo. O incidente ocorreu em 11 de agosto, algumas horas após o crime, que aconteceu no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte (MG).
No momento da abordagem, Renê afirmou que foi pego de surpresa pela presença dos policiais e pediu orientações ao oficial. Em mensagens trocadas, ele disse: “Amigo, você poderia me dar uma ajudinha? Estou cercado por PMs dizendo que cometi um homicídio hoje pela manhã.”
O ex-coronel, em resposta, questionou se poderia falar com o tenente responsável pela ocorrência. Embora tenha feito uma chamada de áudio, não há confirmação se ela realmente aconteceu. O coronel esclareceu que a abordagem pela Polícia Civil estava dentro dos procedimentos normais da investigação.
“Fique calmo. Pelo que entendi, estão averiguando. Solicitei cautela na abordagem dos fatos. Me dê notícias”, respondeu o oficial.
Renê, por sua vez, alegou não entender a razão da abordagem. Ele dissera: “Nem imagino quem seja, dizendo que matei um gari. O problema é que não sei nem onde é o lugar. Eles querem me conduzir para a delegacia.”
Após essa troca de mensagens, o empresário foi levado à delegacia, onde se apresentou sem algemas. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma.
Relembre o caso
- O crime ocorreu na manhã de 11 de agosto, enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo.
- Testemunhas relataram que Laudemir e outros garis estavam recolhendo resíduos quando Renê passou de carro.
- Depois de um desentendimento, ele saiu do carro e disparou. Laudemir foi atingido e não resistiu aos ferimentos.
- O empresário fugiu, mas foi preso horas depois na academia.
- Renê passou por audiência de custódia em 13 de agosto, a qual resultou em sua prisão preventiva.
- Em 29 de agosto, ele foi indiciado por homicídio, porte ilegal de arma e ameaça.
Mensagens à esposa delegada
Momentos depois de se comunicar com o ex-coronel, Renê enviou mensagens para sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. Em uma delas, alegou: “Amor, eu não fiz nada. Estava no lugar errado e na hora errada.”
Além das mensagens de texto, ele também enviou áudios, assegurando que estava no estacionamento de um supermercado quando os policiais o abordaram. Em uma parte mais preocupante da conversa, ele aconselhou a delegada a entregar uma pistola 9 mm, que não era a mesma utilizada no crime.
A Polícia Civil está investigando possíveis tentativas de obstrução de Justiça e irá aprofundar as apurações sobre o comportamento da delegada durante o caso.
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