A cafeicultura brasileira passa por um momento decisivo. Como maior produtor e exportador mundial, o Brasil possui cerca de 2,22 milhões de hectares cultivados com café (Arábica e Conilon). A produção chega a mais de 50 milhões de sacas por safra, mas apenas um quarto dessa área é mecanizada, enquanto o restante ainda depende de trabalho manual. Este setor enfrenta um desafio crescente: a falta de mão de obra.
“A demanda por trabalhadores qualificados para a colheita é enorme. Em algumas áreas, produtores oferecem vantagens para atrair trabalhadores de outros estados”, explica Ronaldo Goulart Magno Júnior, professor da Universidade Federal de Viçosa. Ele aponta que o trabalho manual é exaustivo e muitas vezes realizado sob condições desconfortáveis, o que desestimula a permanência no campo.
Os desafios financeiros também são relevantes. Quase 50% do custo de produção do café está relacionado à colheita, mas a mecanização pode reduzir esse custo pela metade. Um trabalhador experiente consegue colher de 6 a 10 medidas (60 litros cada) por dia, enquanto uma colhedora pode processar até 100 medidas por hora, garantindo a seletividade dos frutos. Isso se traduz em cafés de qualidade superior, que valem mais no mercado.
Esse movimento em direção à mecanização não se limita apenas às grandes propriedades. Pequenos e médios produtores estão se unindo em associações para adquirir máquinas coletivamente. Há também pesquisas em andamento para adaptar a mecanização a áreas inclinadas e desenvolver modelos mais compactos.
Atenta a essa evolução, a empresa OXBO lançou uma colhedora de arrasto focada em médios e pequenos produtores, onde os custos de colheita têm maior impacto. A diretora de vendas e marketing da Oxbo, Kathryn Vanweerdhuizen, afirma que a proposta é oferecer uma solução eficaz sem comprometer a qualidade dos frutos.
Diante da escassez de mão de obra, dos altos custos e da necessidade de qualidade, a mecanização deixou de ser uma simples tendência. Ela se tornou uma necessidade urgente, e a busca por soluções mais eficientes deve transformar as lavouras brasileiras nos próximos anos.
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