Na quarta-feira (10), o Exército do Nepal assumiu o controle da capital Katmandu, após dois dias de protestos intensos. Esses foram considerados os mais violentos em duas décadas e resultaram na renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli, além de provocar um debate sobre o futuro do país. As manifestações, que começaram na segunda-feira (8), foram motivadas por denúncias de corrupção e pela decisão do governo de bloqueiar redes sociais, levando a confrontos que causaram 19 mortes e centenas de feridos.
Após a pressão social, o governo decidiu reabrir plataformas como Facebook, X e YouTube, e prometeu investigar a violência. Porém, as frustrações persistiram, e grupos de jovens, apoiados pela ‘geração Z’, saquearam prédios públicos e as residências de líderes políticos. O Parlamento foi incendiado, assim como a casa do ex-primeiro-ministro.
O general Ashok Raj Sigdel, chefe do Estado-Maior do Exército, se reuniu com diversas figuras, incluindo representantes dos manifestantes. Ele pediu calma aos envolvidos e incentivou o diálogo. As escolas, empresas e comércios permanecem fechados, e soldados armados patrulham as ruas, onde ainda restam veículos incendiados e barricadas.
Além do general, o presidente Ramchandra Paudel também convoca todos, inclusive os manifestantes, a cooperar para resolver a crise pacificamente. Entre os nomes cotados para uma possível transição de poder, estão figuras como Shushila Karki, ex-chefe da Suprema Corte, e Balendra Shah, o jovem prefeito de Katmandu.
A renúncia de KP Sharma Oli, de 73 anos, ocorreu após sua insatisfação com as exigências da população, que clama por uma mudança em um cenário marcado por altas taxas de desemprego e corrupção. Ele já havia liderado o governo em quatro ocasiões desde 2015. Durante os distúrbios, três agentes da polícia também perderam a vida, e mais de 13.500 detentos conseguiram escapar enquanto a situação se agravava.
O aeroporto de Katmandu, que esteve fechado para tráfego desde terça-feira, foi reaberto para passageiros nesta quarta-feira à tarde, marcando um pequeno retorno à normalidade.
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