O Hamas lançou um forte comunicado nesta segunda-feira, afirmando que Gaza não está à venda, em resposta a um suposto plano do governo dos Estados Unidos para deslocar a população local. A ideia, revelada pelo jornal The Washington Post, sugere transformar a região em um centro turístico e tecnológico, após quase dois anos de conflito.
Parte da proposta implicaria a realocação voluntária de cerca de dois milhões de moradores de Gaza para outros países ou áreas seguras dentro do próprio território. Os que aceitarem deixar a região receberiam 5.000 dólares, além de apoio financeiro para aluguel por quatro anos e um ano de alimentação.
Sem se pronunciar sobre o plano, o Departamento de Estado dos EUA foi procurado para comentários após uma reunião em Washington que discutiu estratégias para o pós-guerra na Faixa de Gaza. De acordo com o plano, a administração da área ficaria a cargo de um fundo por dez anos, preparando o terreno para uma ‘entidade palestina reformada’.
Os proprietários de terras teriam a opção de receber ‘tokens digitais’ como compensação ou a troca por apartamentos em novas cidades inteligentes que seriam construídas na região. No entanto, o Hamas rejeitou veementemente a proposta, com Bassem Naim, membro do grupo, afirmando que Gaza é parte essencial da pátria palestina.
Um outro dirigente do Hamas, que conversou de forma anônima, desaprovou qualquer plano que envolva o deslocamento da população, classificando-os como inúteis e injustos. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, também expressou apoio a iniciativas semelhantes ao plano proposto por Donald Trump, que visava ‘assumir o controle’ de Gaza e transformá-la na Riviera do Oriente Médio.
Moradores de Gaza mostraram descontentamento com a ideia. Qasem Habib, de 37 anos, a considerou um absurdo e sugeriu que as verdadeiras intenções deveriam ser a pressão sobre Netanyahu para acabar com a guerra. Wael Azzam, de 60 anos, discordou da proposta mesmo sem conhecê-la, afirmando que é fundamental permanecer em sua terra natal. Ahmed al Akkawi, de 30 anos, destacou que aceitaria a proposta, mas apenas se ela significasse o fim dos combates e a possibilidade de uma vida digna em outro país.
O debate sobre os planos de deslocamento e sua viabilidade continua, com a população pedindo uma solução que traga paz e estabilidade para Gaza. O que você acha sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.
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