A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem uma missão complexa: manter sua relevância no segundo semestre de 2025. Isso ocorre em meio aos holofotes voltados para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com a fase final começando na próxima terça-feira (2 de setembro).
O presidente da comissão, senador Carlos Viana, reconhece o cenário desafiador. “O julgamento do ex-presidente Bolsonaro ocupará as manchetes, e é um fato importante que o Brasil está acompanhando, tanto pelos que defendem quanto pelos que querem a condenação”, afirmou ao Metrópoles.
Apesar disso, Viana se diz confiante no propósito da CPMI de analisar as provas e depoimentos relacionados ao que considera o maior assalto à Previdência brasileira.
Possíveis Impactos do Julgamento sobre a CPMI
- Os trabalhos da comissão ocorrem simultaneamente ao julgamento de Bolsonaro pelo STF;
- Líderes da base do governo admitem que a comissão pode ser ofuscada;
- A divisão do noticiário pode beneficiar o governo, já que muitos parlamentares da base eram contra a investigação;
- O governo perdeu nas escolhas de presidência e relatoria da CPMI.
O julgamento das ações ligadas ao “núcleo crucial” da suposta trama golpista está agendado para as seguintes datas: 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com sessões extraordinárias e ordinárias convocadas pelo ministro Cristiano Zanin.
Bolsonaro e seus aliados, incluindo o ex-ministro Braga Netto, enfrentam acusações de tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.
A CPMI foi instalada em 20 de agosto e terá um prazo de 180 dias para concluir os trabalhos. Considerando o recesso parlamentar de 23 de dezembro a 1º de fevereiro, o relatório final deve ser votado até 28 de março de 2026.
As oitivas começaram com a servidora da Defensoria Pública, Patrícia Bettin Chaves, e o delegado da Polícia Federal, Bruno Bergamaschi. A comissão espera manter a produtividade, e na próxima segunda-feira (1 de setembro) ouvirá o advogado Eli Cohen, especialista em fraudes do INSS.
Expectativa em Relação ao Governo
Carlos Viana observa que o governo Lula pode sair fragilizado das oitivas. Ele ressalta que a maior parte do dinheiro desaparecido ocorreu sob a atual gestão, embora reconheça que também houve irregularidades nas administrações anteriores.
A escolha de Viana como presidente da CPMI foi considerada uma derrota para o governo, que tentou promover Omar Aziz para o cargo. A relatoria também foi um ponto de perda, ficando com o deputado Alfredo Gaspar.
Escândalo do INSS
O escândalo do INSS, revelado pelo Metrópoles em dezembro de 2023, trouxe à tona uma série de fraudes nas filiações de segurados. Isso resultou na abertura de um inquérito pela Polícia Federal e na Operação Sem Desconto, que culminou nas demissões importantes dentro do INSS.
Os desdobramentos dessa CPI prometem desvelar questões importantes sobre a administração dos seguros e a verdadeira extensão das fraudes. O cenário é tenso e a expectativa é alta. Quais são suas opiniões sobre esses movimentos? Compartilhe nos comentários!
Comentários Facebook