O Exército israelense derrubou, neste sábado (6), um grande edifício residencial na Cidade de Gaza, em meio a uma nova onda de ataques aéreos. A população foi orientada a se deslocar para uma área considerada “humanitária”, um movimento que levanta preocupações sobre a segurança dos moradores. O coronel Avichay Adraee, porta-voz em árabe das Forças Armadas, fez um apelo nas redes sociais para evacuação da região, onde aproximadamente um milhão de pessoas vivem, segundo dados da ONU.
O edifício, identificado como Susi, foi destruído após a ordem de evacuação. O Exército de Israel alega que o prédio estava sendo utilizado pelo Hamas para instalar equipamentos de inteligência e postos de observação. A declaração militar afirma que havia também infraestrutura subterrânea no local.
Este foi o segundo grande edifício bombardeado em um período de 24 horas, em uma tentativa clara de Israel de assumir controle total da Cidade de Gaza. Ao longo dos últimos dois anos, Israel justificou ataques a diversos alvos, incluindo escolas e hospitais, alegando a presença de “infraestrutura terrorista” no território, embora muitas vezes não apresente provas claras.
Na sexta-feira, um edifício semelhante foi destruído, e o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, compartilhou um vídeo do colapso do prédio. O Exército declarou que o Hamas se aproveita de grandes edifícios residenciais para suas operações, o que o grupo refuta como “mentiras descaradas”.
O Exército de Israel afirma que controla 75% da Faixa de Gaza e cerca de 40% da cidade. O objetivo declarado é eliminar o Hamas e libertar reféns mantidos pelo grupo. Segundo informações, 25 dos 47 reféns sequestrados em um ataque em outubro de 2023 estão mortos. O Hamas havia aceitado uma proposta de cessar-fogo para a libertação gradual de reféns, mediada por Egito, Estados Unidos e Catar, mas Israel exige a libertação de todos simultaneamente.
O porta-voz Adraee anunciou a criação de uma “zona humanitária” em Al Mawasi, ao sul da Cidade de Gaza, para auxiliar na evacuação das pessoas. Este espaço deveria conter instalações de apoio, como alimentos e medicamentos. No entanto, testemunhos de moradores sugerem que essa área não é segura, com muitos relutando em confiar nas promessas do Exército.
Desde o início dos ataques, a Defesa Civil palestina relatou mais de 42 mortes em um único dia devido aos bombardeios. Devido às restrições de comunicação, a verificação das informações sobre o número de vítimas é complexa. Dados apontam que o ataque de outubro de 2023 resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel, enquanto as represálias em Gaza deixaram cerca de 64.300 vítimas, a maioria mulheres e crianças, conforme o Ministério da Saúde local.
Essa situação gera debates intensos sobre os caminhos possíveis para a paz e o impacto humanitário da guerra. E você, o que pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.
Comentários Facebook