O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelou que o tráfico de drogas e outros crimes na Favela do Moinho, em São Paulo, continuam sob o controle de Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho. Isso ocorre mesmo após sua prisão preventiva em agosto do ano passado.
Os promotores alegam que a prisão de Leo do Moinho, suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na área central da cidade, não foi suficiente para interromper as atividades ilícitas na favela, que seguem em plena operação e alinhadas às suas diretrizes.
O Gaeco revelou que as ordens de Leo do Moinho eram transmitidas pela sua irmã, Alessandra Moja, e por José Carlos da Silva, conhecido como Carlinhos. Este último, indicado por Leo para liderar o tráfico local após sua prisão, também foi preso recentemente.
Na manhã desta segunda-feira, 8 de setembro, uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e das polícias Civil e Militar resultou na prisão de vários líderes da localidade. Foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.
Além de Alessandra e Carlinhos, outros indivíduos foram alvos das prisões, incluindo Jorge de Santana e Claudio dos Santos Celestino.
Sobre Leo do Moinho e sua irmã
Alessandra Moja, que se apresentava como líder comunitária, estava na verdade defendendo os interesses do irmão. Ela dirige uma ONG que supostamente ajuda as famílias da Favela do Moinho, mas no local foram encontrados entorpecentes que seriam destinados ao centro da cidade. Alessandra já havia sido condenada por homicídio.
As investigações mostram que Leo do Moinho operava um quartel-general na favela, monitorando atividades da polícia e coordenando ações de tráfico, incluindo na região da Cracolândia. Com penas acumuladas de mais de 25 anos, ele foi preso por diversos crimes, incluindo homicídio.
Pressões sobre moradores
Moradores da Favela do Moinho relataram que estavam sendo ameaçados com cobranças de até R$ 100 mil, sob risco de perder suas casas, caso aceitassem se transferir para apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Essa situação levou à abertura de um inquérito na Polícia Civil.
O MPSP já ofereceu seis denúncias por tráfico e organização criminosa contra líderes e membros do PCC na região, destacando a gravidade da situação.
Conflito político pela habitação
Em um contexto mais amplo, o governo federal anunciou um programa de habitação gratuito para moradores da favela, com um investimento de R$ 220 milhões, dividido entre as esferas federal e estadual. Apesar dessa iniciativa, uma disputa política entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Tarcísio de Freitas segue em torno da questão da habitação social.
Esse cenário revela a complexidade da situação na Favela do Moinho, onde os laços do crime se entrelaçam com questões sociais e políticas. E você, o que acha sobre essa realidade? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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