Durante uma reunião virtual do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou questões relevantes para o bloco, destacando a pressão tarifária imposta por países ocidentais e expondo sua visão sobre temas globais como a guerra na Ucrânia e a crise climática.
Na reunião, realizada em 8 de setembro, Lula enfatizou que os países do Brics, que incluem Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, estão enfrentando “práticas comerciais injustificadas e ilegais”. Ele descreveu a situação como “chantagem tarifária”, refletindo a indignação do bloco com aumento de tarifas, como a recente aplicação de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump.
Lula, sem mencionar diretamente os Estados Unidos, criticou a imposição dessas sobretaxas. Ele ressaltou que tais “sanções secundárias” limitam a liberdade dos países para formar novas parcerias. Para ele, o comércio e a integração financeira entre os membros do Brics podem oferecer uma alternativa ao protecionismo.
Além disso, o presidente brasileiro defendeu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), destacando que os princípios do livre-comércio estão sendo desrespeitados. Ele acredita que é responsabilidade do Brics demonstrar que a cooperação é mais eficaz que a rivalidade.
Críticas às potências ocidentais e defesa do multilateralismo
Lula também classificou a presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe como um “fator de tensão” e pediu uma solução pacífica para a guerra entre Rússia e Ucrânia. Em relação a Israel, ele condenou as ações militares na Faixa de Gaza, descrevendo-as como “genocídio”.
No discurso, o presidente destacou a importância de uma governança digital mais equitativa, criticou a concentração de poder nas grandes empresas de tecnologia e reafirmou o potencial do Brics, que representa 40% do PIB mundial e quase metade da população global, para liderar mudanças na ordem internacional.
Agenda ambiental e o convite para o Fundo Florestas Tropicais
Na mesma reunião, Lula reforçou o convite para que os países do Brics participem do Fundo Florestas Tropicais, que será lançado na COP30, em novembro, em Belém, no Pará. Ele ainda sugeriu a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, visando integrar as ações para enfrentar a crise climática.
Em nota, o Planalto informou que os líderes do Brics discutiram a ampliação do comércio entre os países e reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento do multilateralismo.
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