Em um movimento inesperado, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (9) a nomeação de Sébastien Lecornu, até então ministro da Defesa, como novo primeiro-ministro. Lecornu, de 39 anos, terá a missão desafiadora de aprovar o orçamento de 2026 e lidar com uma profunda crise política que afeta a França.
O novo governo assume em um momento conturbado. Lecornu, que já comanda a Defesa há mais de três anos, se torna o quinto chefe de governo desde 2024, na véspera de um dia de protestos convocados nas redes sociais com o lema “Vamos bloquear tudo”. Essas manifestações acontecem três dias antes de uma possível revisão da classificação de crédito da França.
Com a Assembleia Nacional dividida em três blocos – esquerda, centro-direita e extrema direita – e sem maiorias estáveis, a tarefa de Lecornu não será fácil. Seus predecessores enfrentaram dificuldades em aprovar orçamentos e acabaram sendo destituídos antes de completar seus mandatos.
A expectativa é que o novo primeiro-ministro busque diálogo com as forças políticas no Parlamento. O Palácio do Eliseu destacou a importância de negociar acordos essenciais para o futuro do país. No entanto, as reações à sua nomeação já mostram a tensão no clima político. A líder de extrema direita, Marine Le Pen, referiu-se à escolha como o “último cartucho do macronismo”, enquanto o esquerdista Jean-Luc Mélenchon comentou sobre uma “tragicomédia de desprezo”.
Em meio a essa instabilidade política, o Partido Socialista expressou preocupações sobre a crescente insatisfação social. O partido alerta que, sem justiça social e soluções fiscais adequadas, a crise atual poderá se agravar. Os sindicatos já convocaram uma greve significativa para o dia 18 de setembro, refletindo o descontentamento de diferentes setores da população.
Para complicar ainda mais a situação, o projeto orçamentário para 2026, que prevê cortes de 44 bilhões de euros e a eliminação de feriados, já gerou repulsa. O objetivo do orçamento é tentar reparar um déficit de 5,8% do PIB, com uma dívida que é uma das mais altas da União Europeia.
Com a pressão dos mercados aumentando, Lecornu precisa apresentar uma proposta viável rapidamente. Esta nomeação pode ser um divisor de águas para a França em um momento em que as autoridades temem que os protestos se intensifiquem, ecoando as mobilizações dos “coletes amarelos” entre 2018 e 2019.
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