O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, utilizou seu cargo para “desvirtuar” as eleições de 2022. Segundo Moraes, isso ocorreu especificamente no segundo turno, quando o ministério coordenou uma operação para tentar impedir eleitores de acessar as urnas.
Na sustentação do julgamento, Moraes destacou que Torres se valeu de sua posição para distorcer a realidade das eleições. “No dia 30 de outubro de 2022, o Ministério da Justiça preparou uma operação com o objetivo de impedir alguns eleitores de chegarem às urnas, demonstrando o uso indevido do cargo”, disse o ministro.
Acompanhe o julgamento:
Moraes expôs 13 atos que, segundo ele, evidenciam a existência de uma organização criminosa visando um golpe de Estado. Esses atos incluem:
- Uso de órgãos públicos para monitorar adversários políticos e desacreditar o Judiciário e a Justiça eleitoral.
- Ameaças graves à Justiça Eleitoral em eventos públicos, como lives.
- Tentativas de restringir o exercício do Poder Judiciário.
- Reuniões ministeriais que arquitetaram estratégias ilícitas.
- Emprego indevido da Polícia Rodoviária Federal na segurança das eleições.
- Relatórios do Ministério da Defesa para fiscalização do sistema eletrônico de votação.
- Ações realizadas após o segundo turno, com atividades de monitoramento de autoridades.
- Planejamento de operações militarmente e em eventos importantes.
- Aos planos de ação pós-golpe de Estado.
- Elaboração de minuta do golpe de Estado e apresentação às Forças Armadas.
- Os acontecimentos do dia 8 de janeiro de 2023.
- Planejamento da criação de um Gabinete de Crise.
Moraes foi o primeiro dos ministros a se manifestar sobre o caso. Em seguida, espera-se que o ministro Flávio Dino faça seu voto, com ambos esperando encerrar a sessão de julgamento nessa terça-feira.
O ministro Luiz Fux deverá votar na quarta-feira, 10 de setembro. O Metrópoles apurou que a chance de pedido de vista é remota, especialmente por parte de Fux, que frequentemente discorda de Moraes em determinados pontos do processo.
Crimes imputados pela PGR:
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Golpe de Estado.
- Dano qualificado por violência e ameaças contra o patrimônio da União.
- Deterioração de patrimônio tombado.
Espera-se que Fux tome parte de sua avaliação para divergir de Moraes, particularmente sobre as penas estabelecidas. Em seguida, os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votarão nos dias 11 e 12, com o procedimento de ajuste das penas a cada réu ocorrendo após a conclusão das votações.
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