Os bastidores da reunião entre o governador Jerônimo Rodrigues e o prefeito de Salvador, Bruno Reis, revelaram um cenário bem mais tenso do que aparentou nas declarações públicas. Embora o encontro não tenha sido marcado por grandes questões eleitorais, ele teve como foco a demarcação dos espaços de poder que ambos ocupam. Esse momento também indicou movimentos estratégicos para garantir que nenhum deles sobressaísse ao outro.
Um dos principais pontos debatidos foi a segurança pública. Embora o governo da Bahia tenha enfrentado críticas da oposição quanto a suas estratégias, um acordo de cavalheiros entre Jerônimo e Bruno ajudou a manter o clima da reunião. O diálogo focou no compartilhamento de informações e na gestão conjunta de câmeras, evitando desgastes desnecessários entre os dois. Para Bruno Reis, era importante que o republicanismo prevalecesse.
Outro tema delicado foi a mobilidade urbana, que quase gerou um grande embate. A memória recente do vice-governador Geraldo Jr., que é candidato a prefeito e criticou o corte de linhas de ônibus para a integração com o metrô, ainda estava presente. O assunto, discutido em particular, acabou tornando-se público. No entanto, a concessão das licenças para o VLT e a integração do sistema rodoviário foram vistos como um ponto positivo, evitando conflitos futuros ao término das obras.
Em contraste, os temas de saúde e educação geraram menos tensão. Com as pastas obrigadas a interagir, apenas ajustes pontuais foram discutidos. Essas conversas fluídas destacaram a maturidade política que surgiu, especialmente durante a pandemia.
Um dos assuntos que permaneceram pendentes foi a renovação da concessão dos serviços de água e esgoto em Salvador. Apesar de avanços, o contrato travou à mesa do governador. Contudo, com um entendimento político renovado entre Jerônimo e Bruno, a expectativa é que a Embasa consiga renovar a concessão sem polêmicas ou entraves.
Após a reunião, aliados do PT tentaram capitalizar politicamente a presença do prefeito com argumentos voltados para o “republicanismo” do encontro. Do lado de Bruno, houve uma postura menos agressiva em relação à apropriação do evento. Uma análise fria depois do encontro indicou que não houve tentativas de exploração política, com todas as conversas sendo cuidadosamente calculadas para evitar criar narrativas prejudiciais.
Em tempos de polarização, a habilidade de Jerônimo e Bruno em dialogar, mesmo com diferenças, é um sinal positivo para a política em Salvador. É importante que os moradores fiquem atentos a essas interações e compartilhem suas opiniões sobre o que essa convivência significa para a cidade.
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