Pacientes de alta complexidade atendidos pelo serviço de home care da Secretaria de Saúde do Distrito Federal estão enfrentando sérios problemas. Eles relatam longos períodos sem assistência, o que afeta diretamente o tratamento e a qualidade de vida. A principal queixa é a alta rotatividade dos profissionais, especialmente dos técnicos de enfermagem.
Famílias têm se manifestado em relação ao serviço da empresa SOS Vida. Recentemente, Juliana Ferreira de Araújo, uma paciente de home care, passou mal e sofreu quatro paradas respiratórias. Sua mãe, Geilsa Costa, contou que equipamentos essenciais, como o ventilador e o aspirador, estavam com problemas. “O ventilador estava estragado e não conseguia manter a paciente. O aspirador também não funcionava”, revelou.
Além dos equipamentos, Geilsa destacou a falta de medicamentos e a redução dos itens necessários para o atendimento. “O antibiótico da Juliana levou 10 dias para chegar. Ela estava com um quadro infeccioso”, denunciou. Após ser levada a uma UPA, a situação da paciente foi estabilizada.
Gleiciane Ferreira da Silva, mãe da jovem Mariah Eduarda, diagnosticada com atrofia muscular espinhal, também relatou problemas após a troca da empresa responsável pelo atendimento. Ela afirmou que os profissionais não têm a experiência necessária e que as condições de trabalho são precárias devido à falta de proteção trabalhista, o que compromete a assistência de pacientes graves.
“Sem os cuidados adequados, os pacientes estão em risco de vida. Já denunciamos à Justiça, mas a Secretaria de Saúde afirma que tudo está bem. Não está. Se nada mudar, esses pacientes podem ir a óbito”, alertou Gleiciane, que agora organiza o atendimento de sua filha por conta própria.
Dionice de Matos da Penha, mãe de Lucas de 29 anos, diagnosticado com distrofia muscular de Duchenne, também se mostrou preocupada. “Meu filho já ficou sem assistência diversas vezes, e a situação é angustiante”, apontou. Lucas, que necessita de intervenções frequentes, se sente inseguro sem a presença de um profissional treinado.
Outro caso é o de Victor Hugo Oliveira Mendes, 19, que depende de ventilação mecânica. Sua mãe, Daniella, relatou momentos de aflição devido à falta de assistência, afirmando que o padrão do serviço caiu significativamente. “Queremos um atendimento de qualidade”, destacou.
Marilene Zeferino, mãe de Ludimila Ketlin, 16, também enfrenta dificuldades. Após a troca de equipe, a jovem, com sérias condições de saúde, passou a ter atendimento irregular, resultando em desconforto e crises. “É frustrante ver o transtorno que isso causa”, lamentou Marilene.
A SOS Vida, por sua vez, refutou as reclamações, afirmando que as denúncias não são verdadeiras e destacando sua experiência no atendimento domiciliar. A empresa disse ter um compromisso com um cuidado humanizado e com a segurança dos trabalhadores.
A Secretaria de Saúde explicou que a troca de prestadora ocorreu devido à finalização do contrato com a empresa Prime. Atualmente, 111 pacientes estão sob atendimento domiciliar, sendo 51 assistidos pela SOS Vida, com um contrato de aproximadamente R$ 25,5 milhões.
A pasta garantiu que mantém a fiscalização dos serviços prestados e promete apurar as denúncias recebidas para tomar medidas corretivas quando necessário.
Com tantos relatos preocupantes, é fundamental que essa situação seja acompanhada de perto. Você já passou por uma experiência similar? Compartilhe sua opinião ou uma história na seção de comentários.
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