PF acusa agências bancárias de receberem R$ 331 milhões do crime organizado

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A Polícia Federal revelou que agências da Caixa e do Santander foram utilizadas para movimentar R$ 331 milhões em dinheiro vivo, relacionados a uma organização criminosa que tem atuação no setor de combustíveis do Brasil. Um relatório da PF indica que foram feitos 9.560 depósitos em espécie, sem que instituições financeiras fossem alertadas sobre essas movimentações.

Segundo as normas de combate à lavagem de dinheiro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), bancos devem comunicar operações acima de R$ 30 mil, identificando clientes e a origem dos recursos. Contudo, o delegado Mateus Marins Corrêa de Sá apontou que as informações sobre os depositantes não estavam presentes, desrespeitando essas exigências legais.

Em resposta, o Santander garantiu que mantém sistemas rigorosos de controle e não pode comentar casos específicos devido a normas. A Caixa, por sua vez, afirmou que colabora com as investigações e que informações sigilosas são repassadas às autoridades competentes.

Operação Tank: Como funcionava o esquema

O esquema utilizava uma instituição de pagamentos chamada Tycoon, que operava dinheiro vivo de postos de gasolina sem identificar os clientes. O delegado explicou que a Tycoon movimentou quantias que deveriam ser atípicas, já que é uma instituição de pagamentos e não um posto de combustíveis.

Recentemente, a Justiça decretou a prisão de 14 pessoas envolvidas no esquema, incluindo os líderes da organização: Roberto Augusto Leme da Silva e Mohamad Hussein Mourad, ambos foragidos. As investigações, também ligadas à Operação Carbono Oculto, levantaram questões sobre o uso de contas de instituições como BK Bank e a Tycoon.

O BK Bank movimentou R$ 46 bilhões em cinco anos, com R$ 17,7 bilhões em operações suspeitas, segundo o Coaf. A Tycoon repassou R$ 8,6 milhões ao BK Bank, que atuava como intermediário no esquema. As operações em nome da Tycoon foram amplamente realizadas sem a devida identificação dos depositantes.

Indícios de contas ocultas

Além das instituições já citadas, o Banco Rendimento também é investigado por manter contas para a Tycoon, que movimentaram R$ 6,08 milhões em transações com características típicas de lavagem de dinheiro. A Line, outra fintech envolvida, creditou mais de R$ 100 milhões à distribuidora Duvale, que retornou parte desse valor à empresa.

Replicaram-se características de lavagem de dinheiro em diversas transações, segundo o delegado da PF. Essa situação levanta ainda mais preocupações sobre o envolvimento de bancos e instituições financeiras em atividades ilícitas.

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