Na madrugada de domingo, 31 de agosto, um incêndio devastador no Instituto Terapêutico Liberte-se, no Paranoá, resultou na morte de cinco pessoas. Além das fatalidades, 11 pessoas foram atendidas devido a intoxicações, ferimentos e queimaduras. Na manhã seguinte, duas das vítimas permaneciam internadas no Hospital da Região Leste e sete no Hospital Regional da Asa Norte, com duas já tendo recebido alta.
As vítimas são:
- Darly Fernandes de Carvalho, 26 anos
- José Augusto Rosa Neres, 39 anos
- João Pedro Costa dos Santos Morais, 26 anos
- Daniel Antunes Miranda, 28 anos
- Lindemberg Nunes Pinho, 44 anos
Imagens aéreas do local exibem a destruição causada pelo fogo, que consumiu grande parte do telhado da residência. A clínica abrigava 46 dependentes químicos em processo de recuperação.
O incêndio começou por volta das 3h, quando aproximadamente 20 pessoas estavam trancadas dentro do prédio. As outras 26 se encontravam em uma edificação adjacente.
Condições de segurança críticas
Testemunhas relataram que a clínica tinha janelas com grades de ferro, dificultando a fuga dos internos. Daniel Fernandes, um dos sobreviventes, compartilhou momentos angustiantes: “Vi um rapaz sendo queimado, outros pedindo socorro, enquanto tentávamos quebrar as grades para ajudar.” Outro interno, Luís Araújo do Nascimento, ressaltou que a falta de medidas de segurança já havia sido advertida anteriormente: “O local estava fechado, sem portas de incêndio e sem extintores.”
Clínica operava de forma clandestina
Douglas Costa de Oliveira Ramos, proprietário da clínica, admitiu em depoimento que estava sem alvará de funcionamento e que a autorização para operação nunca foi expedida. Ele afirmou que dormia em um quarto ao lado e despertou quando os internos pediram ajuda, acionando o Corpo de Bombeiros assim que percebeu o incêndio. A única porta de entrada estava trancada para evitar furtos.
Sergio Rodrigo Gomes, voluntário que estava na clínica durante o incêndio, conseguiu abrir o cadeado após receber a chave de um interno e ajudou os outros a escapar, apesar de sofrer queimaduras no processo.
Repercussão e próximas etapas
O Instituto tinha solicitado autorização à Administração Regional do Paranoá, mas o alvará de funcionamento ainda não havia sido liberado. A clínica, que atuava há cinco meses, funcionava sem as licenças necessárias, como a aprovação do Corpo de Bombeiros, responsável pela segurança contra incêndios.
Em uma nota divulgada após o incêndio, o Instituto Terapêutico Liberte-se expressou suas condolências e afirmou que está colaborando com as investigações, comprometendo-se com a transparência e a apuração rigorosa dos fatos.
A tragédia nos convida a refletir sobre a segurança e os cuidados necessários em instituições de reabilitação como essa. O que você pensa sobre as condições de segurança nas clínicas de reabilitação? Compartilhe suas ideias nos comentários.
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