Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, fez sérias acusações, alegando que Moraes teria fraudado relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022. Durante seu período como assessor na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre agosto de 2022 e julho de 2023, ele aponta irregularidades nas ações do ministro, que, por sua vez, negou todas as acusações.
No dia 2 de setembro, Tagliaferro participou de uma sessão remota da Comissão de Segurança Pública do Senado, coincidindo com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe, relatada por Moraes. A sessão foi presidida por Flávio Bolsonaro (PL) e contou com a presença de aliados do ex-presidente.
Durante seu depoimento, Tagliaferro mencionou uma alegada fraude processual atribuída a Moraes e insinuou uma atuação inadequada do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Declarações do Ex-Assistente
Em agosto de 2022, foram reveladas trocas de mensagens entre empresários que defendiam um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Esses empresários, como Luciano Hang e José Koury, foram alvo de uma operação da Polícia Federal dias depois. Tagliaferro afirmou que Moraes usou uma reportagem como base para justificar a operação e que o relatório que embasou a ação foi elaborado após a operação, o que indicaria uma fraude.
Ele declarou: “A busca e apreensão ocorreu em 23 de agosto. No entanto, os relatórios que recebi para montar aquela situação são datados dos dias 26, 27 e 28 de agosto.” Tagliaferro ainda apresentou conversas com o procurador-geral, alegando que essas mensagens demonstram um alinhamento irregular entre o Ministério Público e a Justiça.
“O documento que Moraes apresentou foi feito por mim, a pedido de Airton Vieira, que não sabia lidar com computador. Moraes não sabia que Vieira tinha me solicitado isso”, disse o ex-assessor.
Tagliaferro também mostrou prints de mensagens, incluindo uma conversa sobre decisões relacionadas à remoção de conteúdos nas redes sociais, afirmando que as interações ultrapassaram as regras jurídicas.
Reação às Acusações
Recentemente, Gonet denunciou Tagliaferro ao STF, acusando-o de violação de sigilo, coação e obstrução de investigação. Ele também é suspeito de ter vazado informações sigilosas. Atualmente, Tagliaferro se encontra foragido na Itália, e Moraes fez um pedido de extradição em agosto.
Resposta de Moraes
Em resposta às acusações, Moraes refutou as declarações de Tagliaferro, afirmando que os relatórios eram baseados em postagens ilícitas diretamente ligadas às investigações. Ele reforçou que todos os procedimentos foram formais e com a participação integral do Ministério Público.
A nota de Moraes destaca que as ações foram levadas conforme os trâmites legais, garantindo a regularidade dos procedimentos.
Denúncias ao Exterior
Em uma entrevista recente, Tagliaferro afirmou ter enviado material aos Estados Unidos que comprovaria suas acusações contra Moraes. Ele mencionou que o material já está em análise no Parlamento Europeu e que mais pessoas podem ser sancionadas a partir disso. Ele ainda revelou que a conversa com os EUA incluiu detalhes sobre os assessores próximos ao ministro.
Tagliaferro disse que teria “estar morto” se tivesse feito essas denúncias antes, enfatizando a dificuldade de agir dentro do sistema judicial.
Quais são suas opiniões sobre essas acusações? Sinta-se à vontade para compartilhar seus pensamentos nos comentários.
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