O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2/9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensifica suas articulações em favor de um projeto de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
Fontes próximas a Tarcísio indicam que, embora ele busque apoio no Congresso Nacional, o governador planeja evitar declarações sobre o desempenho dos ministros do STF durante o julgamento.
Tarcísio deve se encontrar em Brasília com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também é de seu partido. Motta tem enfrentado pressões de bolsonaristas para pautar o projeto, mas já afirmou que não vê um clima favorável para uma anistia ampla.
Enquanto o STF dá continuidade ao julgamento, Tarcísio planeja também participar do leilão da concessão do túnel Santos-Guarujá e do lote Paranapanema de rodovias na próxima sexta-feira (5/9). No domingo (7/9), ele já confirmou presença em um ato bolsonarista na avenida Paulista.
Questionado sobre o julgamento, Tarcísio deve manter a posição que expressou na última sexta-feira (29/8), reforçando sua crença na inocência de Bolsonaro e criticando aspectos do processo. Ele acredita na anistia como um fator de pacificação e manifestou intenção de apresentar um indulto ao ex-presidente, caso seja eleito.
Reunião em busca de apoio
Na véspera do julgamento, Tarcísio conversou com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, sobre o avanço do projeto de anistia, que enfrenta desafios no Congresso. Pereira divulgou a reunião ressaltando a importância do tema.
O projeto propõe anistia para aqueles que participaram dos atos de 8 de janeiro, com a esperança de minimizar as consequências legais para Bolsonaro, que enfrenta acusações no STF.
Aliados sugerem que a publicação desse esforço tem como intuito “blindar” Motta, diluindo a pressão sobre ele para que a pauta avance.
Pressão em aumento
Com o desenrolar do julgamento e novas restrições legais a Bolsonaro, cresce a corrida para que Tarcísio seja o candidato escolhido para o Palácio do Planalto em 2026, com respaldo do ex-presidente. No entanto, Tarcísio tem afirmado que seu foco é a reeleição.
Embora tenha consciência do apoio entre os líderes da oposição, sua posição gerou divisões no grupo, especialmente entre os filhos de Bolsonaro, que também buscam seu espaço político.
O cientista político Rodrigo Prando aponta que, com a crescente pressão na política, Tarcísio terá que decidir se seguirá uma trajetória tranquila visando a reeleição ou se ousará almejar uma posição mais alta no próximo pleito.
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