Pesquisadores brasileiros apresentaram, na terça-feira (9/9), a polilaminina. Essa inovação, feita a partir de uma proteína extraída da placenta, promete restaurar lesões na medula espinhal, ajudando na recuperação total ou parcial do paciente.
Em um estudo experimental, o tratamento conseguiu devolver parte dos movimentos a pacientes com esse tipo de lesão. A bióloga Tatiana Coelho Sampaio, principal autora do estudo, destacou que “é uma alternativa mais acessível e segura do que as células-tronco”, apontando que os estudos com essas últimas trazem imprevisibilidade após a aplicação.
O projeto é resultado de uma parceria entre o laboratório farmacêutico Cristália e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde Tatiana lidera a pesquisa no Instituto de Ciências Biomédicas.
Tatiana começou o estudo sobre lesões na medula espinhal em 2007 e descobriu que a laminina, uma proteína presente na placenta humana, pode agir no sistema nervoso, melhorando lesões e ajudando na movimentação em casos de paraplegia e tetraplegia.
Na fase experimental, oito pacientes participaram dos testes, incluindo um homem de 31 anos, vítima de um acidente de trânsito, e uma mulher de 27 anos, ferida em uma queda. Ambos apresentaram recuperação total ou parcial dos movimentos.
Além disso, testes realizados em cães com lesões mostraram recuperação total nos que tinham a medula espinhal rompida. Em ratos de laboratório, os efeitos da polilaminina foram rápidos, com resultados observáveis em apenas um dia.
Os pesquisadores explicam que a polilaminina reintroduzida no corpo ajuda a parte mais longa do neurônio a encontrar um novo caminho até o próximo neurônio, semelhante à recriação do percurso interrompido pela lesão medular. Isso possibilita a geração do impulso elétrico necessário para movimentos que estavam impossibilitados.
O laboratório aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a primeira fase de estudos clínicos, que deve incluir cerca de cinco pacientes. Enquanto isso, a equipe já firmou parcerias com hospitais para coletar placentas de mulheres saudáveis, uma etapa essencial para a continuidade do projeto.
Nova esperança para o tratamento de lesões na medula
Ogari Pacheco, fundador do laboratório Cristália, afirma que a produção da polilaminina posicionará o Brasil na vanguarda da medicina. “Isso não é apenas uma conquista científica nacional, mas a realização de um sonho para médicos que já viram o sofrimento de pacientes com lesão medular”, completa.
O que você acha dessa nova abordagem de tratamento? Deixe sua opinião nos comentários e vamos discutir sobre essa esperança para muitas pessoas!
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