O Brasil enfrenta um momento singular. Nos próximos 10 dias, seremos testemunhas de um julgamento sem precedentes: pela primeira vez, um ex-presidente, acusado de tentativa de golpe de estado e tentativa de abolição violenta da democracia, está no banco dos réus. Além disso, três generais de quatro estrelas, um tenente-coronel e um almirante também enfrentam acusações semelhantes.
A história do Brasil está marcada por intervenções militares, muitas vezes disfarçadas de revoluções. A República foi proclamada de maneira golpista, e episódios como a Revolução de 1930 e a denominada Revolução de 1964 foram, na verdade, golpes disfarçados.
Recentemente, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e potencial candidato à presidência, tratou o golpe de 64 como um “movimento”, expressando desconfiança na justiça e defendendo Bolsonaro. Sua postura sugere que ele busca o apoio do ex-presidente, ignorando as evidências acumuladas contra ele, o que pode custar caro em sua trajetória política.
Os fracassos nos golpes de dezembro de 2022 e janeiro de 2023 não se deram por falta de apoio militar, mas sim por desorganização e falhas dos envolvidos. No futuro, esses eventos, assim como as tentativas de golpe durante o governo de Bolsonaro, serão analisados com outros olhos.
Surpreendentemente, os 40 anos de democracia ininterrupta celebrados em março passado parecem ter fortalecido a resistência dos brasileiros contra regimes autoritários. O país já sobreviveu a crises profundas, como a morte não oficializada de Tancredo, dois impeachments e a prisão de Lula, além de escândalos de corrupção.
Atualmente, o Brasil é mencionado em várias partes do mundo como exemplo na luta contra o avanço da extrema-direita, mantendo-se firme diante de pressões externas. Donald Trump tentou interromper o julgamento de Bolsonaro, mas até agora suas sanções não tiveram efeito.
Estamos vivendo um momento decisivo na história do país, e é fundamental que continuemos unidos e alertas. O orgulho nacional deve nos mover a seguir em frente, sem cair em enganos.
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