Em março de 1999, a Bahia enfrentou uma tragédia que chocou a região. Um surto de intoxicação por bebidas adulteradas resultou na morte de 35 pessoas em dez cidades do sudoeste do estado. A causa foi a ingestão de aguardente contaminada com metanol, conforme um laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
As análises laboratoriais indicaram a presença de metanol em concentrações que variavam entre 2,85% e 24,84% nas amostras recolhidas. O então secretário de Saúde, José Maria de Magalhães, qualificou o caso como um ato criminoso, já que os números descartavam qualquer possibilidade de acidente. A intenção do fabricante era, claramente, o lucro.
Exames de sangue das vítimas mostraram que algumas estavam com metanol em níveis até 500 vezes superiores ao etanol. Além das mortes, aproximadamente 450 pessoas foram internadas com sintomas como dor de cabeça, vertigem, pressão alta e até cegueira.
Esta tragédia não era um fato isolado. Em 1990, 14 pessoas perderam a vida em Santo Amaro após consumir cachaça contaminada, e, em 1997, 13 pessoas morreram em Serrinha. Infelizmente, esses processos judiciais permanecem sem desfecho, mesmo anos depois.
Na época, o principal suspeito por fabricar a aguardente adulterada em Iguaí, Carlos Andrade, não se apresentou à polícia, mesmo com as investigações já indicando sua participação direta no crime.
Essa história nos lembra da importância de estar atento ao que consumimos e da responsabilidade que cada um tem na proteção da saúde coletiva. O que você pensa sobre a segurança alimentar e a vigilância em relação a bebidas? Deixe seu comentário!
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